sexta-feira, 28 de setembro de 2012

REINANDO EM VIDA



Introdução
Ao longo dos séculos, e especialmente em nossa geração tem havido grande controvérsia referente ao conceito de prosperidade do viver cristão. Alguns teólogos ultra-ortodoxos e conservadores sustentam a tese de que o cristão está condicionado a viver o mesmo tipo de sujeição à escassez, opressões e calamidades da humanidade sem Deus. Em contrapartida, há os que crêem que baseados em princípios bíblicos e fidelidade à Deus, o cristão pode e deve viver em um nível diferenciado de abundância, liberdade e prosperidade. Certamente há extremos nestas duas vertentes teológicas, um extremo derrotista e um extremo triunfalista.
O equilíbrio e a verdade residem na busca do propósito original de Deus para a existência humana. Descobrir o que Deus espera que sejamos Nele, por Ele, e através Dele aqui na Terra. Para isso necessitamos que “o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos dê em seu conhecimento o espírito de sabedoria e de revelação, tendo iluminados os olhos do vosso entendimento, para que saibais qual seja a esperança da sua vocação e quais as riquezas da glória da sua herança nos santos e qual a sobreexcelente grandeza do seu poder sobre nós, os que cremos, segundo a operação da força do seu poder...” (Efésios 1:17-19). Jesus Cristo é o nosso Rei, por isso, Ele é chamado Rei dos reis. Assim, surge a indagação: Quando reinaremos? Num suposto “reinado milenar do porvir”? Quando Cristo vier fisicamente? Ou este reinado seria para agora? É disto que trata o Evangelho do Reino: De uma nova espécie recriada em Cristo para reinar em vida por Ele.
 
i-                    À SEMELHANÇA DE DEUS PARA GOVERNAR
A maior obra de Deus foi ter criado um ser semelhante a si próprio para executar uma tarefa real e exercer uma função real que somente Ele mesmo, com toda sua glória divina poderia fazê-lo. Deus não desejava deixar o céu, mas fazer da Terra uma extensão exata do céu. Como um grande rei que desejando dar a seu filho um reinado, o envia para uma colônia para reinar. Devemos nos lembrar que “os céus são céus do Senhor; mas a terra, deu-a ele aos filhos dos homens.” (Salmo 115:16). Príncipes só se tornam reis de duas maneiras: ou quando seu pai, o rei morre, ou quando seu pai, o rei o envia para reinar em uma extensão (colônia) do reino. Como Deus não pode morrer e deseja que seus filhos reinem, Ele os enviou à Terra. E a única coisa que nos propicia reinar aqui na Terra, é a restauração da nossa natureza divina (I Pedro 1:4). Eis como Deus projetou o nosso reinado: “E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine...” (Gênesis 1:26a). A forma e o propósito de Deus na criação do homem revelam o Seu plano original e imutável. Gênesis é a narrativa de como Deus espera que tudo seja; é a expressão clara e exata de como Deus quer que o universo funcione em relação ao ser humano, para o qual tudo converge por Cristo. Dominamos (hb. “hada” = reino, soberania, governo.) porque somos feitos à imagem do Grande Dominador; reinamos porque somos feitos à imagem do Grande Rei. Mas eis aqui o nível deste domínio: Deus não criou homens para dominar sobre homens, e sim sobre o cosmos. “...domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo réptil que se mova sobre a terra.” (v. 26b). Adão tinha domínio sobre sua “área cosmológica”, agora, com alguns bilhões de “Adãos” a mais no planeta, precisamos descobrir e governar sobre nosso domínio pessoal. Tudo isso porque somos como Deus em natureza. “Eu disse: Vós sois deuses, e vós outros sois todos filhos do Altíssimo.” (Salmo 82:6). “Respondeu-lhes Jesus: Não está escrito na vossa lei: Eu disse: sois deuses? Pois, se a lei chamou deuses àqueles a quem a palavra de Deus foi dirigida (e a Escritura não pode ser anulada).” (João 10:34-35).  

ii-                  CRIADOS PARA FRUTIFICAÇÃO
Após criar o homem a narrativa do Gênesis (1:28) expressa: “E Deus os abençoou e Deus lhes disse: Frutificai...” É fato, a perfeita vontade de Deus é que o homem criado à sua imagem e conforme a sua semelhança seja sempre um SER FRUTÍFERO (João 15:8). Note que o homem é, em primeira análise, o elemento passivo desta frutificação, pois ele é o “solo” no qual o Criador deposita suas melhores sementes, ou seja, Deus semeou na natureza do homem o dom da fertilidade em todos os aspectos. A semente semeada por Deus no homem é a sua Palavra, e é esta palavra que faz germinar e frutificar o caráter de Deus no homem. Este é o segredo no Novo Nascimento, “Segundo a sua vontade, ele nos gerou pela palavra da verdade, para que fôssemos como primícias das suas criaturas.” (Tiago 1:18). Assim como fomos naturalmente gerados do sêmen masculino introjetado no óvulo feminino, somos agora, em Cristo, espiritualmente de novo gerados da semente da Palavra de Deus introjetada no coração humano (I Pedro 1:23). O apóstolo Paulo preocupado com o nível de maturidade espiritual da liderança episcopal da Igreja de Éfeso, exortou o jovem pastor Timóteo na seleção dos obreiros: “não neófito, para que, ensoberbecendo-se, não caia na condenação do diabo.” (I Timóteo 3:6). A palavra neófito (Gr. neophutos; neo=novo e phutos=plantado) significa literalmente: “recentemente plantado”, ou seja, aquele que ainda não frutificou, ou que não manifestou frutos. O processo espiritual de frutificação é obra do Espírito Santo no homem recriado. É o fruto do Espírito brotando de uma vida regenerada e semelhante a Jesus Cristo (Gálatas 5:22). Nosso estado recriado de frutificação espiritual é um ato da escolha soberana de Deus, e condiciona o relacionamento de doação Dele para conosco (João 15:16). É paradoxal que um cristão que se diz “nascido de novo” não desenvolva uma vida santificada e separada do pecado, pois “...agora, libertados do pecado e feitos servos de Deus, tendes o vosso fruto para a santificação, e por fim a vida eterna.” (Romanos 6:22). A frutificação é um processo constante e abundante na vida dos filhos do Reino, que, quando paralisado pelo pecado deve ser desobstruído pelo castigo e a correção divina (Hebreus 12:11). 

iii-                CRIADOS PARA MULTIPLICAÇÃO
Pode-se dizer que a frutificação é um processo de aperfeiçoamento da espécie criada por Deus, já a multiplicação é o processo de reprodução dessa espécie. “E Deus os abençoou e Deus lhes disse: ...multiplica-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a...” (Gênesis 1:28). De fato, à princípio a ordem de Deus de MULTIPLICAR foi literal, pois Deus esperava realmente que houvesse muitos daquele espécime humano perfeito criado à sua imagem para sujeitar a terra; Deus, porém, não desejava que a espécie caída e pecaminosa crescesse, pois esta “espécie adâmica” se tornaria uma praga (Gênesis 6:1-7). Agora com uma terra hiper populosa, Deus não espera que cada velho homem encha a terra de filhos biológicos com a natureza contaminada pelo Pecado, mas sim, que cada novo homem com a natureza de Deus (II Coríntios 5:17; Efésios 2:14-15) encha a terra de filhos espirituais à imagem de Cristo (Marcos 16:15; Gálatas 4:19). Esta é a verdadeira essência do discipulado cristão: o cumprimento da comissão divina original de crescer e multiplicar. Discipular é reproduzir a Espécie Real, aumentando a Família Real de Deus, É “fazer” novas criaturas. “...ide, fazei ‘novas criaturas à imagem do Último Adão’ de todas as nações...” (Mateus 28:19). Assim, Jesus assevera que qualquer que não se identificar com sua vida, morte e ressurreição, não pode ser à sua imagem (Lucas 14:26). O pacto abraâmico torna-se agora revelado no aumento de filhos espirituais gerados pela promessa de Deus a Abraão, “...pois, os que são da fé são filhos de Abraão. Ora, tendo a Escritura previsto que Deus havia de justificar pela fé os gentios, anunciou primeiro o evangelho a Abraão, dizendo: Todas as nações serão benditas em ti. De sorte que os que são da fé são benditos com o crente Abraão.” (Gálatas 3:7-9). A promessa à Abraão era: “...Certamente, abençoando, te abençoarei e, multiplicando, te multiplicarei.” (Hebreus 6:13-14; Gênesis 12:1-3). Os judeus sempre acreditaram que este pacto somente dizia respeito a eles como nação, porém, em Cristo, esta promessa se estende a todas as etnias formadas por novas criaturas da espécie do Último Adão, Jesus Cristo. O poderoso fluxo de crescimento da Igreja Primitiva, que será superado pela Igreja dos tempos do fim, consistia na multiplicação da semente (Atos 12:24) para a conseqüente multiplicação da Nova Espécie recriada. “de sorte que as igrejas eram confirmadas na fé e cada dia cresciam em número” (Atos 16:5). Podemos contar neste tempo do fim, com a maior semeadura e colheita do Evangelho do Reino em todas as épocas (Mateus 24:14). Sim, a iniqüidade se multiplicará (Mateus 24:12), mas os filhos do Reino se multiplicarão ainda mais, como o fermento (Lucas 13:20-21).       



iv-                ESTE REINADO É PARA ESTA VIDA
É de fato uma atitude mental deplorável esperar em Cristo somente para esta vida (I Coríntios 15:19), mas, não há suficiente respaldo bíblico para crermos as promessas divinas de frutificação, multiplicação e Reino, são para a “vida após a morte”. É evidente que o ápice do Reino de Deus na Terra dar-se-á por ocasião de seu Retorno, “Depois, virá o fim, quando tiver entregado o Reino a Deus, ao Pai, e quando houver aniquilado todo império e toda potestade e força. Porque convém que reine até que haja posto a todos os inimigos debaixo de seus pés.” (I Coríntios 15:24-25). O Novo Nascimento (João 3:3) é o começo da vida eterna, é a fonte que jorra para a vida eterna (João 4:14), porém, os poderosos rios do Espírito Santo fluem em nosso ventre em nossa vida terrena (João 7:38-39), e estes rios são o suprimento divino para, como frutificadores e multiplicadores, sujeitemos a terra e a dominemos como é a vontade original de Deus (Gênesis 1:28). Nosso maior grau de governo é sobre nosso DOMÍNIO PESSOAL, ou seja, à nós mesmos, e as coisas e situações que dizem respeito à nossa realidade. Isto não significa um triunfalismo antropocêntrico, mas em primeira instância um domínio sobre si mesmo (Provérbios 16:32), ou seja, reinar sobre todo sentimento nocivo comum ao velho homem caído, assim o fruto do Espírito (Gálatas 5:22) é o governo sobre as obras da carne que nos excluem do Reino de Deus (Gálatas 5:19-21); e sobre sua casa constituída (I Timóteo 3:4). Exercemos também nesta vida, o governo sobre os apelos do sistema mundial corrompido (I João 5:4), o pecado (I João 3:8-9), e as trevas (Lucas 10:19). Se prive da graça de Deus (Hebreus 12:15), mesmo em meio às aflições que serão inevitáveis nesta vida (João 16:33), é nesta vida que os filhos de Deus reinarão e farão proezas em Deus (Salmo 60:12), o Reino é agora. “Porque, se, pela ofensa de um só, a morte reinou por esse, muito mais os que recebem a abundância da graça e o dom da justiça reinarão em vida por um só, Jesus Cristo.” (Romanos 5:17).

Conclusão
Os extremos da teologia triunfalista têm se mostrado danosos para a Igreja de Cristo, retardando seu amadurecimento em amor e piedade com contentamento. Porém, este contentamento bíblico não deve ser visto como um conformismo derrotista, pois os elementos do Reino de Deus gerados na redenção são poderosos para suprir abundantemente cada área de nossas vidas em Cristo. Este é um tempo maravilhoso de revelação espiritual para a Igreja do Senhor; as Escrituras se tornarão cada vez mais vivas sem destruir o aspecto sadio da ortodoxia teológica. Nós somos “...a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para anunciar as virtudes daquele que nos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz.” (I Pedro 2:9).

A OBRA SUBSTITUTIVA DO REI




Introdução
Os sacrifícios do Antigo Testamento eram substitutivos por natureza; eram procedimentos litúrgicos realizados no altar, através da oferta de um animal perfeito; para o israelita, que não podia fazê-lo por si mesmo. O altar representava o pecador; a vítima era o substituto do israelita para ser aceita em seu favor. Assim, Jesus Cristo assumiu a dívida do gênero humano como o Cordeiro de Deus enviado com este fim. O Rei Jesus nos substituiu em sua obra redentora. Sua morte expiatória era a nossa sentença por nossa realidade pecaminosa (Romanos 6:23a). Todos os rituais de sacrifício do Antigo Testamento eram sombras (Hebreus 8:5, 10:1) que apontavam tipológica e profeticamente para o sacrifício perfeito e definitivo (Hebreus 9:12). Este é o romance profético que narra a história do Rei que deixou a glória de seu palácio para se encontrar com a jovem plebéia. Ele abdica de seus nobres protocolos reais e vem à sua amada como um jovem viril e cheio de paixão. “Esta é a voz do meu amado; ei-lo aí, que já vem saltando sobre os montes, pulando sobre os outeiros.” (Cantares 2:8). Isto pareceria a mera prosa de um poema se não crêssemos no cumprimento literal de Zacarias 14:4. O fato é que o Rei Jesus abdicou da glória celeste, e se fez como plebeu (João 1:1, 14) para vir aqui e noivar com a Igreja, antes, porém, morreu no lugar de sua noiva e com seu sangue “pagou o dote” para casar-se com ela; e deu a ela o penhor do seu próprio Espírito (II Coríntios 1:22, 5:5; Efésios 1:13-14). Assim como na tradição antiga, Ele não buscará a Noiva para o casamento, Ele virá até ela: “...Aí vem o esposo! Saí-lhe ao encontro!” (Mateus 25:6b). Ele substituiu a sua Igreja no Calvário para adquiri-la como esposa.       

i-                    O REI ASSUMINDO A MISÉRIA HUMANA
Nada na Terra poderia ser comparado à abundância de que desfrutava o primeiro Adão, especialmente no Jardim chamado Éden. Era a plenitude da riqueza na essência e na literatura da palavra. Deus supriu o homem com toda a abundância da Terra para sua provisão sobeja (Gênesis 1:29-30). Adão tinha acesso a toda abundância e às regiões ricas em preciosos minérios (Gênesis 2:11), com a única responsabilidade de ser o administrador de tudo (Gênesis 2:15) E toda esta glória da Terra Original representava a perfeita vontade de Deus para o homem criado à sua imagem e semelhança. Note que a Queda (Gênesis 3:6-7) além de ter comprometido esta benção da Terra (Gênesis 3:17-18), ainda legou Adão à realidade do trabalho excruciante e penoso (Gênesis 3:19a). A Obra Redentora e Substitutiva do Último Adão (I Coríntios 15:45), Jesus Cristo, diz respeito ao estado do homem em relação à Terra e a sua provisão, “porque já sabeis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, por amor de vós se fez pobre, para que, pela sua pobreza, enriquecêsseis.” (II Coríntios 8:9). Aos que compreendem e crêem nas implicações da Redenção Substitutiva, o suprimento das necessidades não será básico, será em glória (Filipenses 4:19). Pela abundância de sua graça redentora, podemos viver “...tendo sempre, em tudo, toda suficiência...” (II Coríntios 9:8). Devemos estar preparados, como Igreja, para ser provados em qualquer âmbito de nossa existência terrena (Filepenses 4:12-13), porém, devemos compreender o âmago da vontade de Deus a este respeito: “Se quiserdes, e ouvirdes, comereis o melhor desta terra.” (Isaías 1:19).   

ii-                  O REI ASSUMINDO A MALDIÇÃO HUMANA
A Benção de Deus era a realidade absoluta do primeiro Adão. Ele andava sob esta benção, vivia nesta benção, desfrutava desta benção. Esta benção estava condicionada a um único critério: a obediência (Gênesis 2:16-17). Após a desobediência deliberada do homem, lhe sobreveio a  terrível maldição do Pecado, pois “...cada um tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência. Depois, havendo a concupiscência concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, sendo consumado gera a morte.” (Tiago 1:14-15). Assim, o Pecado é uma maldição que gera maldição. Mas se esta Maldição estava irreversivelmente sobre o gênero humano por causa da transgressão de Adão (Romanos 5:12), ou seja, por ser uma maldição pela transgressão, era a maldição da Lei, e a única forma de revogar esta maldição era outro Adão assumi-la para quebrá-la definitivamente. O Último Adão assim o fez: “Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo maldição por nós, porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado em madeiro.” (Gálatas 3:13). Jesus Cristo foi o substituto legal da maldição que estava sobre nós. Estando em Cristo não há mais maldição, portanto, toda maldição enviada contra os redimidos e substituídos, é como o pássaro no seu vaguear, e como a andorinha no seu vôo, não virá (Provérbios 26:2). A maldição veio pelo primeiro Adão que caiu, mas a benção veio pelo Último Adão que nos substituiu e venceu. “...porque, se, pela ofensa de um, morreram muitos, muito mais a graça de Deus e o dom pela graça, que é de um só homem, Jesus Cristo, abundou sobre muitos.” (Romanos 5:15). 

iii-                O REI ASSUMINDO A ENFERMIDADE HUMANA
A penetração da maldição do Pecado no homem gerou conseqüências devastadoras em sua composição física. As células de Adão que até a Queda eram imortais e incorruptíveis, iniciaram seu processo degenerativo em direção à morte. Doenças, pragas, pestes, epidemias, todos estes males que combatem contra a saúde humana, são conseqüências diretas do Pecado Original. A expectativa de vida biológica do homem tornou-se cada vez menor ao longo dos séculos (Gênesis 5:1-32; 6:3). Assim como os efeitos nefastos do Pecado tem sido gradualmente destruidores no corpo humano, os gloriosos efeitos da Redenção são gradualmente restauradores durante os séculos. No corpo do Último Adão, Jesus, teve início a restauração do corpo do homem, pois Cristo foi também o substituto legal da condenação das enfermidades, levando sobre si todas as nossas doenças para que pelas suas feridas fossemos curados (Isaías 53:4-5). O apóstolo Pedro confirmou isto ao declarar: “levando ele mesmo em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro, para que, mortos para os pecados, pudéssemos viver para a justiça; e pelas suas feridas fostes sarados.” (I Pedro 2:24). Saúde é o plano e o desejo de Deus para todos os redimidos (III João 2). Antes da Segunda Vinda de Cristo estaremos vivendo o ápice dessa Restauração (Atos 3:19-21), em que não somente a expectativa de tempo de vida aumentará, mas até mesmo a mortalidade infantil será erradicada: “Não haverá mais nela criança de poucos dias, nem velho que não cumpra os seus dias; porque o jovem morrerá de cem anos, mas o pecador de cem anos será amaldiçoado.” (Isaías 65:20). Ele nos substituiu para que vivamos muitos anos (Salmo 91:16). Evidentemente, até o glorioso Dia da Ressurreição (por ocasião da Segunda Vinda de Cristo), precisaremos dos dons de cura (I Coríntios 12:9), e ela está à disposição de todos os redimidos (Tiago 5:14-15), pois esta é a natureza de Deus revelada em Cristo, nosso Substituto:  “...eu sou o Senhor, que te sara.” (Êxodo 15:26).   

iv-                O REI ASSUMINDO O PECADO HUMANO
A centralidade da obra substitutiva está no fato do Pecado. O Pecado é a fonte de toda calamidade, desgraça, e mal da humanidade, assim, o Pecado do gênero humano contraído pelo primeiro Adão, precisava, no prisma da justiça de Deus, ser assumido pelos transgressores (nós), através de um ato expiatório definitivo. O Último Adão, e Rei, Jesus Cristo, nosso Salvador, assumiu esta impagável dívida da raça humana. A espécie de Homem mais perfeita que já existiu, foi o sacrifício perfeito (João 1:29) que Deus aceitou e se agradou (Isaías 53:10a), portanto, Nele, somos feitos não somente justos e justificados, mas a própria justiça de Deus. “Àquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus.” (II Coríntios 5:21). Todo ser humano na face da Terra deve compreender a natureza singular de Cristo e a abrangência de sua obra redentora na cruz, pois “...ele foi ferido pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e, pelas suas pisaduras, fomos sarados.” (Isaías 53:5). Na verdade, Deus, o Criador, colocou na Terra somente dois Homens, um criado (Gênesis 1:27), e outro gerado (Hebreus 1:5), e os mesmos por sua vez, deram origem duas gerações de homens segundo a sua espécie. Esta é parte essencial do Evangelho do Reino: “porque, como, pela desobediência de um só homem [o 1º rei, Adão], muitos foram feitos pecadores, assim, pela obediência de um [o Último Rei, Jesus], muitos serão feitos justos.” (Romanos 5:19). O Último Adão e Rei, Jesus Cristo, “...é a propiciação [substituição] pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo” (I João 2:2). Para entrarmos nos direitos dessa substituição e receber o a justiça divina em nós, basta trocarmos de lei (Romanos 8:1-2), e vivermos no Espírito, pois Deus, “...enviando o seu Filho em semelhança da carne do pecado, pelo pecado condenou o pecado na carne, para que a justiça da lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito.” (Romanos 8:3-4).

Conclusão
Sim, esta é a grande e verídica história do Grande Rei, que condenou à morte (com justiça) por rebelião seus filhos que estavam em outra colônia do reino, mas, para poupá-los da execução dessa condenação, enviou seu amado Filho, o herdeiro de seu trono, para esta colônia, para viver entre seus irmãos, viver suas emoções, sofrer suas tentações, sentir suas dores, e, por fim, ser morto por seus irmãos, para que, através de sua morte ele pagasse a dívida dos mesmos. Após isto, cabe agora a esses irmãos se arrepender, e crer nesse poder redentor do Rei que foi morto, porém, ressurgiu de entre os mortos, e reconhecê-lo como Senhor de suas vidas para reinar juntamente com Ele (Romanos 5:17). Deus Todo Poderoso, enviou seu Filho Jesus Cristo (nosso “irmão mais velho”), feito homem, para interagir em nossa realidade, morrer por nossos pecados, e nos trazer de volta à família real. O que cada homem tem a fazer é crer com o coração, confessar com os lábios, e viver à altura desta fé (Romanos 10:8-11; Gálatas 2:20). O Rei foi nosso SUBSTITUTO em toda nossa condenação. Glória a Deus!