Introdução
Os
sacrifícios do Antigo Testamento eram substitutivos por natureza; eram
procedimentos litúrgicos realizados no altar, através da oferta de um animal
perfeito; para o israelita, que não podia fazê-lo por si mesmo. O altar
representava o pecador; a vítima era o substituto do israelita para ser aceita
em seu favor. Assim, Jesus Cristo assumiu a dívida do gênero humano como o
Cordeiro de Deus enviado com este fim. O Rei Jesus nos substituiu em sua obra
redentora. Sua morte expiatória era a nossa sentença por nossa realidade
pecaminosa (Romanos 6:23a). Todos os
rituais de sacrifício do Antigo Testamento eram sombras (Hebreus 8:5, 10:1) que apontavam tipológica e profeticamente para o
sacrifício perfeito e definitivo (Hebreus
9:12). Este é o romance profético que narra a história do Rei que deixou a
glória de seu palácio para se encontrar com a jovem plebéia. Ele abdica de seus
nobres protocolos reais e vem à sua amada como um jovem viril e cheio de
paixão. “Esta é a voz do meu amado; ei-lo
aí, que já vem saltando sobre os montes, pulando sobre os outeiros.” (Cantares 2:8). Isto pareceria a mera
prosa de um poema se não crêssemos no cumprimento literal de Zacarias 14:4. O
fato é que o Rei Jesus abdicou da glória celeste, e se fez como plebeu (João 1:1, 14) para vir aqui e noivar
com a Igreja, antes, porém, morreu no lugar de sua noiva e com seu sangue
“pagou o dote” para casar-se com ela; e deu a ela o penhor do seu próprio
Espírito (II Coríntios 1:22, 5:5;
Efésios 1:13-14). Assim como na tradição antiga, Ele não buscará a Noiva
para o casamento, Ele virá até ela: “...Aí
vem o esposo! Saí-lhe ao encontro!” (Mateus
25:6b). Ele substituiu a sua Igreja no Calvário para adquiri-la como
esposa.
i-
O REI ASSUMINDO A MISÉRIA HUMANA
Nada na
Terra poderia ser comparado à abundância de que desfrutava o primeiro Adão, especialmente
no Jardim chamado Éden. Era a plenitude da riqueza na essência e na literatura
da palavra. Deus supriu o homem com toda a abundância da Terra para sua
provisão sobeja (Gênesis 1:29-30).
Adão tinha acesso a toda abundância e às regiões ricas em preciosos minérios (Gênesis 2:11), com a única
responsabilidade de ser o administrador de tudo (Gênesis 2:15) E toda esta glória da Terra Original representava a
perfeita vontade de Deus para o homem criado à sua imagem e semelhança. Note
que a Queda (Gênesis 3:6-7) além de
ter comprometido esta benção da Terra (Gênesis
3:17-18), ainda legou Adão à realidade do trabalho excruciante e penoso (Gênesis 3:19a). A Obra Redentora e
Substitutiva do Último Adão (I Coríntios
15:45), Jesus Cristo, diz respeito ao estado do homem em relação à Terra e
a sua provisão, “porque já sabeis a graça
de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, por amor de vós se fez pobre,
para que, pela sua pobreza, enriquecêsseis.” (II Coríntios 8:9). Aos que compreendem e crêem nas implicações da
Redenção Substitutiva, o suprimento das necessidades não será básico, será em
glória (Filipenses 4:19). Pela
abundância de sua graça redentora, podemos viver “...tendo sempre, em tudo, toda suficiência...” (II Coríntios 9:8). Devemos estar preparados,
como Igreja, para ser provados em qualquer âmbito de nossa existência terrena (Filepenses 4:12-13), porém, devemos
compreender o âmago da vontade de Deus a este respeito: “Se quiserdes, e ouvirdes, comereis o melhor desta terra.” (Isaías 1:19).
ii-
O REI ASSUMINDO A MALDIÇÃO HUMANA
A
Benção de Deus era a realidade absoluta do primeiro Adão. Ele andava sob esta
benção, vivia nesta benção, desfrutava desta benção. Esta benção estava
condicionada a um único critério: a obediência (Gênesis 2:16-17). Após a desobediência deliberada do homem, lhe
sobreveio a terrível maldição do Pecado,
pois “...cada um tentado, quando atraído
e engodado pela sua própria concupiscência. Depois, havendo a concupiscência
concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, sendo consumado gera a morte.” (Tiago 1:14-15). Assim, o Pecado é uma
maldição que gera maldição. Mas se esta Maldição estava irreversivelmente sobre
o gênero humano por causa da transgressão de Adão (Romanos 5:12), ou seja, por ser uma maldição pela transgressão, era
a maldição da Lei, e a única forma de revogar esta maldição era outro Adão
assumi-la para quebrá-la definitivamente. O Último Adão assim o fez: “Cristo nos resgatou da maldição da lei,
fazendo maldição por nós, porque está escrito: Maldito todo aquele que for
pendurado em madeiro.” (Gálatas 3:13).
Jesus Cristo foi o substituto legal da maldição que estava sobre nós. Estando
em Cristo não há mais maldição, portanto, toda maldição enviada contra os
redimidos e substituídos, é como o pássaro no seu vaguear, e como a andorinha
no seu vôo, não virá (Provérbios 26:2).
A maldição veio pelo primeiro Adão que caiu, mas a benção veio pelo Último Adão
que nos substituiu e venceu. “...porque,
se, pela ofensa de um, morreram muitos, muito mais a graça de Deus e o dom pela
graça, que é de um só homem, Jesus Cristo, abundou sobre muitos.” (Romanos 5:15).
iii-
O REI ASSUMINDO A ENFERMIDADE
HUMANA
A
penetração da maldição do Pecado no homem gerou conseqüências devastadoras em
sua composição física. As células de Adão que até a Queda eram imortais e
incorruptíveis, iniciaram seu processo degenerativo em direção à morte.
Doenças, pragas, pestes, epidemias, todos estes males que combatem contra a
saúde humana, são conseqüências diretas do Pecado Original. A expectativa de
vida biológica do homem tornou-se cada vez menor ao longo dos séculos (Gênesis 5:1-32; 6:3). Assim como os
efeitos nefastos do Pecado tem sido gradualmente destruidores no corpo humano,
os gloriosos efeitos da Redenção são gradualmente restauradores durante os séculos.
No corpo do Último Adão, Jesus, teve início a restauração do corpo do homem,
pois Cristo foi também o substituto legal da condenação das enfermidades,
levando sobre si todas as nossas doenças para que pelas suas feridas fossemos
curados (Isaías 53:4-5). O apóstolo
Pedro confirmou isto ao declarar: “levando
ele mesmo em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro, para que, mortos para
os pecados, pudéssemos viver para a justiça; e pelas suas feridas fostes
sarados.” (I Pedro 2:24). Saúde
é o plano e o desejo de Deus para todos os redimidos (III João 2). Antes da Segunda Vinda de Cristo estaremos vivendo o
ápice dessa Restauração (Atos 3:19-21),
em que não somente a expectativa de tempo de vida aumentará, mas até mesmo a
mortalidade infantil será erradicada: “Não
haverá mais nela criança de poucos dias, nem velho que não cumpra os seus dias;
porque o jovem morrerá de cem anos, mas o pecador de cem anos será amaldiçoado.”
(Isaías 65:20). Ele nos substituiu
para que vivamos muitos anos (Salmo
91:16). Evidentemente, até o glorioso Dia da Ressurreição (por ocasião da Segunda Vinda de Cristo),
precisaremos dos dons de cura (I
Coríntios 12:9), e ela está à disposição de todos os redimidos (Tiago 5:14-15), pois esta é a natureza
de Deus revelada em Cristo, nosso Substituto:
“...eu sou o Senhor, que te sara.”
(Êxodo 15:26).
iv-
O REI ASSUMINDO O PECADO HUMANO
A
centralidade da obra substitutiva está no fato do Pecado. O Pecado é a fonte de
toda calamidade, desgraça, e mal da humanidade, assim, o Pecado do gênero
humano contraído pelo primeiro Adão, precisava, no prisma da justiça de Deus,
ser assumido pelos transgressores (nós), através de um ato expiatório
definitivo. O Último Adão, e Rei, Jesus Cristo, nosso Salvador, assumiu esta
impagável dívida da raça humana. A espécie de Homem mais perfeita que já
existiu, foi o sacrifício perfeito (João
1:29) que Deus aceitou e se agradou (Isaías
53:10a), portanto, Nele, somos feitos não somente justos e justificados,
mas a própria justiça de Deus. “Àquele
que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos
justiça de Deus.” (II Coríntios 5:21).
Todo ser humano na face da Terra deve compreender a natureza singular de Cristo
e a abrangência de sua obra redentora na cruz, pois “...ele foi ferido pelas nossas transgressões e moído pelas nossas
iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e, pelas suas
pisaduras, fomos sarados.” (Isaías
53:5). Na verdade, Deus, o Criador, colocou na Terra somente dois Homens,
um criado (Gênesis 1:27), e outro
gerado (Hebreus 1:5), e os mesmos
por sua vez, deram origem duas gerações de homens segundo a sua espécie. Esta é
parte essencial do Evangelho do Reino: “porque,
como, pela desobediência de um só homem [o 1º rei, Adão], muitos foram feitos pecadores, assim, pela
obediência de um [o Último Rei, Jesus],
muitos serão feitos justos.” (Romanos
5:19). O Último Adão e Rei, Jesus Cristo, “...é a propiciação [substituição] pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelos de
todo o mundo” (I João 2:2). Para
entrarmos nos direitos dessa substituição e receber o a justiça divina em nós,
basta trocarmos de lei (Romanos 8:1-2),
e vivermos no Espírito, pois Deus, “...enviando
o seu Filho em semelhança da carne do pecado, pelo pecado condenou o pecado na
carne, para que a justiça da lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a
carne, mas segundo o Espírito.” (Romanos
8:3-4).
Conclusão
Sim,
esta é a grande e verídica história do Grande Rei, que condenou à morte (com justiça) por rebelião seus filhos
que estavam em outra colônia do reino, mas, para poupá-los da execução dessa
condenação, enviou seu amado Filho, o herdeiro de seu trono, para esta colônia,
para viver entre seus irmãos, viver suas emoções, sofrer suas tentações, sentir
suas dores, e, por fim, ser morto por seus irmãos, para que, através de sua
morte ele pagasse a dívida dos mesmos. Após isto, cabe agora a esses irmãos se
arrepender, e crer nesse poder redentor do Rei que foi morto, porém, ressurgiu
de entre os mortos, e reconhecê-lo como Senhor de suas vidas para reinar
juntamente com Ele (Romanos 5:17).
Deus Todo Poderoso, enviou seu Filho Jesus Cristo (nosso “irmão mais velho”), feito homem, para interagir em nossa
realidade, morrer por nossos pecados, e nos trazer de volta à família real. O
que cada homem tem a fazer é crer com o coração, confessar com os lábios, e
viver à altura desta fé (Romanos
10:8-11; Gálatas 2:20). O Rei foi nosso SUBSTITUTO em toda nossa
condenação. Glória a Deus!
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