quarta-feira, 29 de agosto de 2012

AS DUAS ESPÉCIES DE REIS


 
É importante considerar que no que tange ao gênero humano, Deus gerou apenas dois homens em todas as gerações, ou, duas espécies, cada um deles chamados “Adão”. Na verdade, tanto um quanto o outro receberam uma incumbência real, ou seja, a responsabilidade de governo ou principado. Cada uma dessas espécies deu origem a gerações de homens à sua imagem. O primeiro Adão foi feito alma vivente (Gênesis 2:7), e embora ele possuísse atribuições intelectuais, morais, físicas e espirituais absolutamente puras, ele era incapaz de esta perfeição da criação original à sua descendência, o que ficou provado por sua Queda; Adão, como alma vivente apenas vivia, mas não podia transmitir vida. Já o último Adão, Jesus Cristo, foi enviado no mesmo nível de perfeição, porém dotado do poder de vivificar o estado de Morte contraído por Adão. “Assim está também escrito: O primeiro homem, Adão, foi feito alma vivente; o último Adão, em espírito vivificante.” (I Coríntios 15:45) Note, esta era a composição do ser em Adão: Uma alma corruptível dentro de um corpo incorruptível. Já a composição do Ser em Cristo era: Um Espírito incorruptível dentro de um corpo corruptível. Porém, somente Jesus Cristo ressuscitou, assim, Ele continuou sendo Espírito incorruptível, e agora, com um corpo incorruptível; e Jesus foi o primeiro a passar por essa gloriosa metamorfose, e assim, ele transmitiu a toda espécie segundo a sua imagem que desfrutem desta glória na eternidade futura. “Porque, assim como todos morrem em Adão, assim também todos serão vivificados em Cristo. Mas cada um por sua ordem: Cristo, as primícias; depois, os que são de Cristo, na sua vinda.” (I Coríntios 15:22-23). Hoje, em Cristo, nosso ser consiste em: um espírito incorruptível, que possui uma alma eterna, e habita dentro de um corpo temporariamente corruptível.
   
UM REI QUE DESEJOU SE IGUALAR AO REI DOS REIS

Deus impôs ao seu primeiro rei representante, Adão, um limite de obediência através da árvore chamada “do conhecimento do bem e do mal” sob pena de morte; O Inimigo de Deus e dos homens seduziu o primeiro casal a crer no contrário: “...Certamente não morrereis. Porque Deus sabe que, no dia em que dele comerdes, se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal.” (Gênesis 3:4-5). A sedução não foi de conhecer bem e mal, e sim, de ser igual a Deus. O que os reis Adão e Eva não entenderam, é que eles já eram iguais a Deus (Gênesis 1:26-27). Adão possuía a natureza de Deus no que tange à imagem e a semelhança, espiritual e moralmente, porém, fora privado de conhecer a Lei Moral, ou seja, o conhecimento e a opção entre certo e errado, bem e mal. E desde o início, o plano do Diabo é relativizar o conceito de bem e mal, mas na concepção divina estes conceitos são sempre absolutos (Isaías 5:20). O rei Adão perdeu a sua glória, pois desejou uma glória sublime e única, a de Deus, como estrelas ostentando a glória do Sol (I Coríntios 15:41).

UM REI QUE PROCLAMOU SUA INDEPENDÊNCIA

Como já dissemos o primeiro rei enviado por Deus, desejou sua independência e deu início a “República do Governo Humano”. O gênero humano passou a viver e andar sob a égide de seus próprios sentidos corrompidos pela ação degenerativa do Pecado. Adão transmitiu ao Diabo a procuração de autoridade, principado e pseudo-divindade sobre a Terra e a raça humana (II Coríntios 4:4; Efésios 2:2; João 14:30; 16:11). O homem não foi criado para ser independente de Deus e de sua Graça. Há um vazio intrínseco na natureza humana afastada de seu Criador, e o homem, por sua vez busca inconscientemente preencher este vazio com auto satisfação de seus desejos e sentidos, mas “...tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo. E o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre.” (I João 2:16-17). Não existe de fato independência humana, pois, os falsos mestres que prometem essa falsa liberdade, “...falando coisas mui arrogantes de vaidades, engodam com as concupiscências da carne e com dissoluções aqueles que se estavam afastando dos que andam em erro, prometendo-lhes liberdade, sendo eles mesmos servos da corrupção. Porque de quem alguém é vencido, do tal faz-se também servo.” (II Pedro 2:18-19). Jesus, o Rei dos reis, declarou a suprema verdade: “...sem mim nada podereis fazer.” (João 15:5b). O velho Adão que habita o homem não regenerado sente-se independente e por isso perece; o novo homem, habitado por Cristo, é dependente Dele, e por isso, reina em vida (Romanos 5:17).

UM REI IGUAL AO REI DOS REIS

O primeiro rei foi dotado da imagem e semelhança de Deus, mas não essencialmente de sua natureza divina, pois como já estudamos, ele era apenas alma vivente. Diferentemente de Adão, o Último Rei, Jesus Cristo, foi uma corporificação do Criador, ou seja, Deus feito homem. Jesus nunca foi criado, Ele é o Filho de Deus que nos foi dado como dádiva redentora (Isaías 9:6); Jesus foi gerado superior aos anjos e na concepção e natureza divina (Hebreus 1:5), e introduzido no mundo como digno de adoração até mesmo dos anjos (Hebreus 1:6). E a Escritura ratifica a divindade e a realeza de Jesus Cristo em Hebreus 1:8: “Mas, do Filho diz: Ó Deus, o teu trono subsiste pelos séculos dos séculos, cetro de equidade é o cetro do teu reino.”. Ao ser indagado por Filipe sobre a imagem visível de Deus Pai, o Rei Jesus declara: “...Estou há tanto tempo convosco, e não me tendes conhecido, Filipe? Quem me vê a mim vê o Pai...” (João 14:6). Jesus é a Palavra, o Verbo eterno e divino que coexiste com o Pai (Deus Todo Poderoso) e que encarnou. “No princípio, era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.” Tudo o que diz respeito a Deus, seus atributos, seu caráter, sua obra está em Cristo. A plenitude de Deus está revelada em Jesus Cristo. “porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade.” (Colossenses 2:9). Jesus Cristo, o Rei semelhante ao Rei dos reis.

UM REI QUE REESTABELECEU O GOVERNO DO CÉU

Jesus jamais intentou trazer uma nova religião a Terra. Ele jamais planejou estabelecer o que concordantemente, conhecemos e denominamos cristianismo. O conceito de cristianismo hoje consiste em mais um ideal religioso que compete com outras religiões antigas como hinduísmo, budismo, e islamismo. Os fundadores dessas religiões eram considerados seus “profetas”, assim, empreenderam seus esforços na disseminação de meras doutrinas. Jesus, embora dotado de credenciais proféticas, era mais que um profeta. Sua missão era mais “política” do que religiosa, pois não se lê em parte alguma das Escrituras que veio trazendo em seus ombros um grande pergaminho de novos dogmas religiosos, nem tão pouco, uma nova divindade. A Bíblia diz: “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre os seus ombros...” (Isaías 9:6a). Jesus inicia o seu ministério proclamando: “...Arrependei-vos, porque é chegado o Reino dos céus.” (Mateus 4:17), e narrativa dos mesmo Evangelho declara o tríplice ministério de Jesus: “E percorria Jesus toda a Galiléia, ensinando nas suas sinagogas, e pregando o evangelho do Reino, e curando todas as enfermidades e moléstias entre o povo.” (Mateus 4:23). Seu poder sobre o império das trevas revelou a manifestação prévia do reino de Deus entre os homens (Mateus 12:28). O Reino de Deus foi trazido por ocasião da primeira vinda de Cristo, de forma espiritual, mas culminará com sua manifestação literal e visível nos últimos dias, antes do governo definitivo do Senhor sobre a Terra (Atos 3:19-21). Até o momento da estada humana de Jesus entre nós, este Reino veio invisivelmente (Lucas 17:20-21). Indagado por Pilatos acerca de sua realeza, Jesus disse: “...o meu Reino não é deste mundo; se o meu Reino fosse deste mundo, lutariam os meus servos, para que eu não fosse entregue aos judeus, mas, agora, meu Reino não é daqui.” (João 18:36). Note o termo sublinhado e em negrito, “agora”. Com esta terminologia referente a tempo, Jesus está dizendo: “por enquanto meu Reino não é daqui”. Jesus em breve estabelecerá seu governo literal com sede em Jerusalém, e reinará sobre toda a Terra (Miquéias 4:1-4). O governo do céu renegado no Éden foi restaurado no Gólgota. Aleluia!

Conclusão

Nós, nascidos de novo e regenerados pela Obra do Espírito, somos parte da nova “linha de produção da segunda espécie”. Somos a geração do Último Adão. Somos reis com a natureza do Rei dos reis (II Pedro 1:3-4). Neste tempo derradeiro da Igreja, há uma manifestação poderosa do Espírito de sabedoria e revelação, que nos fará vislumbrar a glória de nossa posição em Cristo Jesus (Efésios 1:17-23). O primeiro rei está morto em nós, mas o último Rei nos habita (Gálatas 2:19-20).


Obs.: Este e outros textos sobre o Reino de Deus de autoria do Pastor Enéas Ribeiro, são parte integrante da série de ensinos da EDR (Escola de Discipulado do Reino). A EDR é uma Escola Bíblica gratuita e de profundidade bíblica e teológica, que visa equipar os santos na visão da Reforma Apostólica do Reino de Deus, formando genuínos avivalistas e embaixadores do Reino. Participe. Todos os Domingos às 9:00hs na COGIC – Missão da Fé Apostólica, na Rua Dr. Galvão Guimarães, 126 – Jardim Santa Adélia, São Mateus, SP (em frente ao Terminal de Troleibus de São Mateus, ao lado do Hospital Maternidade MASTER CLIN).

O REI COMO ESPÉCIE REDENTORA




A declaração de André ao seu irmão Simão Pedro ("Achamos o Messias") foi no mínimo bombástica considerando o contexto histórico, religioso e político daquela época. O messianismo é mais do que uma questão de religiosidade judaica, é um ideal humano, um conceito que está encubado no inconsciente coletivo. Sim, o gênero humano tem em sua própria natureza o sentimento de uma necessidade inerente e latente de Redenção. Simplificando este conceito, o ser humano sente que em algum momento de sua existência como espécie, tudo estava bem e perfeito, mas que algo aconteceu que desestruturou e desestabilizou essa harmonia vital, e a gora, suas almas clamam inconscientemente por essa redenção que, na verdade, só pode ser efetuada por um Redentor.
Este ideal messiânico está arraigado nas culturas sociais, exemplo disso é o messianismo norte-americano revelado na criação de personagens mitológicos que trazem salvação para o povo americano exaltando sua identidade nacionalista: Rambo, Rock Balboa, Superman, Capitão América, além da filmografia moderna que apresenta novos "messias": Neo, o salvador de Matrix e Avatar. Na candidatura do presidente Barack Obama a nação, em especial a grande comunidade afro-americana, depositou nele essa esperança messiânica: o negro eleito presidente quarenta anos depois da morte de outro negro: Martin Luther King Jr, o mártir dos direitos civis dos negros em uma América segregada. No Brasil o ideal messiânico aspira um líder que saia "do meio do povão" e governe para o povo resolvendo todos os problemas do Brasil. Mal sabe a humanidade que sua espécie já foi redimida, e a espécie redentora foi singular, única; e sua obra redentora foi definitiva. O Rei dos reis (Deus Filho) assumiu a forma humana para satisfazer a perfeita justiça divina.

O PRIMEIRO REI SUBMETEU A CRIAÇÃO AO CAOS

A indagação que não cala no coração da humanidade, é o porquê de tanta destruição, dor, enfermidade, morte, sofrimento, guerras, poluição... Ignorantemente o homem tende a atribuir a Deus toda esta condição caótica, mas é na rebelião do homem contra Deus que se encontra a resposta, pois o homem entregou “o documento” de propriedade ao príncipe usurpador, o Diabo, sujeitando a criação ao caos. “Porque a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua vontade, mas por causa do que a sujeitou.” (Romanos 8:20). O primeiro rei, Adão, colocou toda a terra, a criação original, à mercê de Satanás, que desde então tem legalidade para fazer sua obra, matar, roubar e destruir (João 10:10a). O plano original do Reino de Deus na Terra não incluía o Pecado e suas consequências: morte, doenças, injustiça, depressão e condenação. Deus criou o homem para reinasse continuamente sobre a Terra. E a Terra por sua vez, não sofreria alterações em seu meio ambiente e equilíbrio do ecossistema, e na natureza dos animais. A partir do Pecado Original, o solo recebeu a maldição (Gênesis 3:17), assim como o céu atmosférico, os mares, os seres vivos, a natureza humana, tudo foi contaminado e iniciou sua deterioração total. Eis a origem de todos os males globais que sociólogos, ecologistas, filósofos, psicólogos, antropólogos e outros ramos da ciência não puderam encontrar. O problema deve ser sanado na fonte.

O PRIMEIRO REI SUBMETEU A TERRA AO PRÍNCIPE USURPADOR

Utilizando o corpo da serpente, o anjo caído, Satanás seduziu e enganou a primeira mulher, Eva, com sua sagacidade e astúcia (Gênesis 3:1-7; II Coríntios 11:3), assim, como já dissemos, ele assumiu o governo de toda a Criação, a Terra e os homens. Porém, o Diabo sabia desde o início, que seu império satânico seria desfeito pela manifestação da semente da mulher. “E porei inimizade entre ti e a mulher e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.” (Gênesis 3:15). Enquanto a poderosa Semente de Deus não se manifestava, Satanás reinava absoluto, oprimindo, escravizando, matando, e estendendo seu projeto nefasto de morte, roubo e destruição por toda a Terra. Ele é o príncipe das potestades do ar e tem autoridade sobre todos os que são desobedientes ao Evangelho (Efésios 2:2; 5:6). Antes da obra do Calvário ele tinha livre curso sobre a Terra que lhe pertencia (João 14:30). Tendo ostentado a posição de pseudo-divindade sobre a Terra, o Diabo tem, juntamente com seus suas hostes demoníacas, empreendido esforços para impedir qualquer tipo de esclarecimento ou iluminação espiritual por parte do gênero humano, luz esta que somente pode vir através do Evangelho da glória de Cristo, que é o Evangelho do Reino. “Mas, se ainda o nosso evangelho está encoberto, para os que se perdem está encoberto, nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que não lhes resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus.” (II Coríntios 4:3-4). Até a Redenção a Criação estava sob a autoridade usurpada de Satanás, o príncipe regente da humanidade até então.

O SEGUNDO REI INICIOU A RESTAURAÇÃO TOTAL

Por causa da decadência do primeiro rei, a Criação ficou completamente sujeita às obras de um novo príncipe, o Diabo. E suas obras tinham livre curso, por causa da realidade do Pecado no homem; até a chegada do segundo e último Rei, Jesus Cristo, pois, “Quem comete o pecado [vive no pecado] é do diabo, porque o diabo peca desde o princípio. Para isto o Filho de Deus se manifestou: para desfazer as obras do diabo.” (I João 3:8). O Pecado e suas consequências foram removidos pela Obra restauradora do Rei Jesus, pois Ele é “...o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.” (João 1:29; Apocalipse 5:12). “Porque, como, pela desobediência de um só homem, muitos foram feitos pecadores, assim, pela obediência de um, muitos serão feitos justos.” (Romanos 5:19). Toda a Criação ficou sob maldição por sua separação do Criador, mas em Cristo todas as coisas são reconciliadas com Deus. “porque foi do agrado do Pai que toda a plenitude nele habitasse e que, havendo por ele feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele reconciliasse consigo todas as coisas, tanto as que estão na terra como as que estão no céu.” (Colossenses 1:20). Todas as coisas inclui o ser humano em sua composição plena: espírito, alma e corpo; inclui também o ecossistema, o solo, os animais, o céu atmosférico, em fim, todas as coisas foram reconciliadas, restauradas. Assim, basta que nos apoderemos das bençãos da Redenção, que já nos foram doadas (Efésios 1:3). Jesus começou a restauração total, e nós, como Igreja “que é o seu corpo, a plenitude daquele que cumpre tudo em todos” (Efésios 1:23), concluiremos esta restauração antes da gloriosa vinda do Rei dos reis (Atos 3:19-21).

O SEGUNDO REI DERROTOU E DESPOJOU O PRÍNCIPE USURPADOR

O último Rei, Jesus Cristo veio para desfazer as obras do príncipe das trevas (I João 3:8). Quando veio a voz de Deus a Jesus dizendo: “Já o tenho glorificado e outra vez o glorificarei.” (João 12:28), então, o Rei declarou previamente a derrocada do falso príncipe dizendo: “...Não veio esta voz por amor de mim, mas por amor de vós. Agora, é o juízo deste mundo; agora, será expulso o príncipe deste mundo.” (João 12:30-31). A obra expiatória do calvário foi a derrota definitiva do Diabo. Na verdade, o Diabo lutou durante os anos de vida terrena de Jesus, para que Ele não fosse à cruz, pois o Diabo ouviu João Batista proclamar Jesus como o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (João 1:29), assim, ele sabia que a morte vicária de Jesus Cristo anularia a realidade do Pecado no gênero humano. Satanás e suas hostes foram derrotados na cruz. O Diabo tinha a cédula que era contra nós, mas Jesus Cristo a riscou, a tirou do meio de nós e a cravou na cruz; Jesus despojou os falsos príncipes, os expôs para toda a Criação e deles triunfou de uma vez por todas. “havendo riscado a cédula que era contra nós nas suas ordenanças, a qual de alguma maneira nos era contrária, e a tirou do meio de nós, cravando-a na cruz. E, despojando os principados e potestades, os expôs publicamente e deles triunfou em si mesmo.” (Colossenses 2:14-15). O único poder que Satanás ainda consegue exercer sobre o homem, é através do engano. Ele foi destronado, ele foi envergonhado, ele foi destituído de sua autoridade. Agora, em Cristo, toda a autoridade é transferida para aquela que está assentada em lugar de autoridade e governo, a Igreja. “e nos ressuscitou juntamente com ele, e nos fez assentar em lugares celestiais, em Cristo Jesus.” (Efésios 2:6).

Conclusão

A Redenção é a mensagem central do Evangelho do Reino. O primeiro rei, Adão entregou a autoridade sobre a Criação para o príncipe usurpador, Satanás. O último Adão, o Rei Jesus Cristo, efetuou a obra redentora na cruz do Calvário, consumando a restauração de toda a Criação. Assim, feitos à imagem do Rei Jesus, e tendo recebido Sua autoridade, temos posição real no plano redentor desde então. Em Cristo, fomos reinseridos na real, a família de Deus.

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

A OBRA SUBSTITUTIVA DO REI



Os sacrifícios do Antigo Testamento eram substitutivos por natureza; eram procedimentos litúrgicos realizados no altar, através da oferta de um animal perfeito; para o israelita, que não podia fazê-lo por si mesmo. O altar representava o pecador; a vítima era o substituto do israelita para ser aceita em seu favor. Assim, Jesus Cristo assumiu a dívida do gênero humano como o Cordeiro de Deus enviado com este fim. O Rei Jesus nos substituiu em sua obra redentora. Sua morte expiatória era a nossa sentença por nossa realidade pecaminosa (Romanos 6:23a). Todos os rituais de sacrifício do Antigo Testamento eram sombras (Hebreus 8:5, 10:1) que apontavam tipológica e profeticamente para o sacrifício perfeito e definitivo (Hebreus 9:12). Este é o romance profético que narra a história do Rei que deixou a glória de seu palácio para se encontrar com a jovem plebéia. Ele abdica de seus nobres protocolos reais e vem à sua amada como um jovem viril e cheio de paixão. “Esta é a voz do meu amado; ei-lo aí, que já vem saltando sobre os montes, pulando sobre os outeiros.” (Cantares 2:8). Isto pareceria a mera prosa de um poema se não crêssemos no cumprimento literal de Zacarias 14:4. O fato é que o Rei Jesus abdicou da glória celeste, e se fez como plebeu (João 1:1, 14) para vir aqui e noivar com a Igreja, antes, porém, morreu no lugar de sua noiva e com seu sangue “pagou o dote” para casar-se com ela; e deu a ela o penhor do seu próprio Espírito (II Coríntios 1:22, 5:5; Efésios 1:13-14). Assim como na tradição antiga, Ele não buscará a Noiva para o casamento, Ele virá até ela: “...Aí vem o esposo! Saí-lhe ao encontro!” (Mateus 25:6b). Ele substituiu a sua Igreja no Calvário para adquiri-la como esposa.      

i-                   O REI ASSUMINDO A MISÉRIA HUMANA
Nada na Terra poderia ser comparado à abundância de que desfrutava o primeiro Adão, especialmente no Jardim chamado Éden. Era a plenitude da riqueza na essência e na literatura da palavra. Deus supriu o homem com toda a abundância da Terra para sua provisão sobeja (Gênesis 1:29-30). Adão tinha acesso a toda abundância e às regiões ricas em preciosos minérios (Gênesis 2:11), com a única responsabilidade de ser o administrador de tudo (Gênesis 2:15) E toda esta glória da Terra Original representava a perfeita vontade de Deus para o homem criado à sua imagem e semelhança. Note que a Queda (Gênesis 3:6-7) além de ter comprometido esta benção da Terra (Gênesis 3:17-18), ainda legou Adão à realidade do trabalho excruciante e penoso (Gênesis 3:19a). A Obra Redentora e Substitutiva do Último Adão (I Coríntios 15:45), Jesus Cristo, diz respeito ao estado do homem em relação à Terra e a sua provisão, “porque já sabeis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, por amor de vós se fez pobre, para que, pela sua pobreza, enriquecêsseis.” (II Coríntios 8:9). Aos que compreendem e crêem nas implicações da Redenção Substitutiva, o suprimento das necessidades não será básico, será em glória (Filipenses 4:19). Pela abundância de sua graça redentora, podemos viver “...tendo sempre, em tudo, toda suficiência...” (II Coríntios 9:8). Devemos estar preparados, como Igreja, para ser provados em qualquer âmbito de nossa existência terrena (Filepenses 4:12-13), porém, devemos compreender o âmago da vontade de Deus a este respeito: “Se quiserdes, e ouvirdes, comereis o melhor desta terra.” (Isaías 1:19).  

ii-                O REI ASSUMINDO A MALDIÇÃO HUMANA
A Benção de Deus era a realidade absoluta do primeiro Adão. Ele andava sob esta benção, vivia nesta benção, desfrutava desta benção. Esta benção estava condicionada a um único critério: a obediência (Gênesis 2:16-17). Após a desobediência deliberada do homem, lhe sobreveio a  terrível maldição do Pecado, pois “...cada um tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência. Depois, havendo a concupiscência concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, sendo consumado gera a morte.” (Tiago 1:14-15). Assim, o Pecado é uma maldição que gera maldição. Mas se esta Maldição estava irreversivelmente sobre o gênero humano por causa da transgressão de Adão (Romanos 5:12), ou seja, por ser uma maldição pela transgressão, era a maldição da Lei, e a única forma de revogar esta maldição era outro Adão assumi-la para quebrá-la definitivamente. O Último Adão assim o fez: “Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo maldição por nós, porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado em madeiro.” (Gálatas 3:13). Jesus Cristo foi o substituto legal da maldição que estava sobre nós. Estando em Cristo não há mais maldição, portanto, toda maldição enviada contra os redimidos e substituídos, é como o pássaro no seu vaguear, e como a andorinha no seu vôo, não virá (Provérbios 26:2). A maldição veio pelo primeiro Adão que caiu, mas a benção veio pelo Último Adão que nos substituiu e venceu. “...porque, se, pela ofensa de um, morreram muitos, muito mais a graça de Deus e o dom pela graça, que é de um só homem, Jesus Cristo, abundou sobre muitos.” (Romanos 5:15). 

iii-              O REI ASSUMINDO A ENFERMIDADE HUMANA
A penetração da maldição do Pecado no homem gerou conseqüências devastadoras em sua composição física. As células de Adão que até a Queda eram imortais e incorruptíveis, iniciaram seu processo degenerativo em direção à morte. Doenças, pragas, pestes, epidemias, todos estes males que combatem contra a saúde humana, são conseqüências diretas do Pecado Original. A expectativa de vida biológica do homem tornou-se cada vez menor ao longo dos séculos (Gênesis 5:1-32; 6:3). Assim como os efeitos nefastos do Pecado tem sido gradualmente destruidores no corpo humano, os gloriosos efeitos da Redenção são gradualmente restauradores durante os séculos. No corpo do Último Adão, Jesus, teve início a restauração do corpo do homem, pois Cristo foi também o substituto legal da condenação das enfermidades, levando sobre si todas as nossas doenças para que pelas suas feridas fossemos curados (Isaías 53:4-5). O apóstolo Pedro confirmou isto ao declarar: “levando ele mesmo em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro, para que, mortos para os pecados, pudéssemos viver para a justiça; e pelas suas feridas fostes sarados.” (I Pedro 2:24). Saúde é o plano e o desejo de Deus para todos os redimidos (III João 2). Antes da Segunda Vinda de Cristo estaremos vivendo o ápice dessa Restauração (Atos 3:19-21), em que não somente a expectativa de tempo de vida aumentará, mas até mesmo a mortalidade infantil será erradicada: “Não haverá mais nela criança de poucos dias, nem velho que não cumpra os seus dias; porque o jovem morrerá de cem anos, mas o pecador de cem anos será amaldiçoado.” (Isaías 65:20). Ele nos substituiu para que vivamos muitos anos (Salmo 91:16). Evidentemente, até o glorioso Dia da Ressurreição (por ocasião da Segunda Vinda de Cristo), precisaremos dos dons de cura (I Coríntios 12:9), e ela está à disposição de todos os redimidos (Tiago 5:14-15), pois esta é a natureza de Deus revelada em Cristo, nosso Substituto:  “...eu sou o Senhor, que te sara.” (Êxodo 15:26).  

iv-              O REI ASSUMINDO O PECADO HUMANO
A centralidade da obra substitutiva está no fato do Pecado. O Pecado é a fonte de toda calamidade, desgraça, e mal da humanidade, assim, o Pecado do gênero humano contraído pelo primeiro Adão, precisava, no prisma da justiça de Deus, ser assumido pelos transgressores (nós), através de um ato expiatório definitivo. O Último Adão, e Rei, Jesus Cristo, nosso Salvador, assumiu esta impagável dívida da raça humana. A espécie de Homem mais perfeita que já existiu, foi o sacrifício perfeito (João 1:29) que Deus aceitou e se agradou (Isaías 53:10a), portanto, Nele, somos feitos não somente justos e justificados, mas a própria justiça de Deus. “Àquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus.” (II Coríntios 5:21). Todo ser humano na face da Terra deve compreender a natureza singular de Cristo e a abrangência de sua obra redentora na cruz, pois “...ele foi ferido pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e, pelas suas pisaduras, fomos sarados.” (Isaías 53:5). Na verdade, Deus, o Criador, colocou na Terra somente dois Homens, um criado (Gênesis 1:27), e outro gerado (Hebreus 1:5), e os mesmos por sua vez, deram origem duas gerações de homens segundo a sua espécie. Esta é parte essencial do Evangelho do Reino: “porque, como, pela desobediência de um só homem [o 1º rei, Adão], muitos foram feitos pecadores, assim, pela obediência de um [o Último Rei, Jesus], muitos serão feitos justos.” (Romanos 5:19). O Último Adão e Rei, Jesus Cristo, “...é a propiciação [substituição] pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo” (I João 2:2). Para entrarmos nos direitos dessa substituição e receber o a justiça divina em nós, basta trocarmos de lei (Romanos 8:1-2), e vivermos no Espírito, pois Deus, “...enviando o seu Filho em semelhança da carne do pecado, pelo pecado condenou o pecado na carne, para que a justiça da lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito.” (Romanos 8:3-4).

Conclusão
Sim, esta é a grande e verídica história do Grande Rei, que condenou à morte (com justiça) por rebelião seus filhos que estavam em outra colônia do reino, mas, para poupá-los da execução dessa condenação, enviou seu amado Filho, o herdeiro de seu trono, para esta colônia, para viver entre seus irmãos, viver suas emoções, sofrer suas tentações, sentir suas dores, e, por fim, ser morto por seus irmãos, para que, através de sua morte ele pagasse a dívida dos mesmos. Após isto, cabe agora a esses irmãos se arrepender, e crer nesse poder redentor do Rei que foi morto, porém, ressurgiu de entre os mortos, e reconhecê-lo como Senhor de suas vidas para reinar juntamente com Ele (Romanos 5:17). Deus Todo Poderoso, enviou seu Filho Jesus Cristo (nosso “irmão mais velho”), feito homem, para interagir em nossa realidade, morrer por nossos pecados, e nos trazer de volta à família real. O que cada homem tem a fazer é crer com o coração, confessar com os lábios, e viver à altura desta fé (Romanos 10:8-11; Gálatas 2:20). O Rei foi nosso SUBSTITUTO em toda nossa condenação. Glória a Deus!