quarta-feira, 29 de agosto de 2012

AS DUAS ESPÉCIES DE REIS


 
É importante considerar que no que tange ao gênero humano, Deus gerou apenas dois homens em todas as gerações, ou, duas espécies, cada um deles chamados “Adão”. Na verdade, tanto um quanto o outro receberam uma incumbência real, ou seja, a responsabilidade de governo ou principado. Cada uma dessas espécies deu origem a gerações de homens à sua imagem. O primeiro Adão foi feito alma vivente (Gênesis 2:7), e embora ele possuísse atribuições intelectuais, morais, físicas e espirituais absolutamente puras, ele era incapaz de esta perfeição da criação original à sua descendência, o que ficou provado por sua Queda; Adão, como alma vivente apenas vivia, mas não podia transmitir vida. Já o último Adão, Jesus Cristo, foi enviado no mesmo nível de perfeição, porém dotado do poder de vivificar o estado de Morte contraído por Adão. “Assim está também escrito: O primeiro homem, Adão, foi feito alma vivente; o último Adão, em espírito vivificante.” (I Coríntios 15:45) Note, esta era a composição do ser em Adão: Uma alma corruptível dentro de um corpo incorruptível. Já a composição do Ser em Cristo era: Um Espírito incorruptível dentro de um corpo corruptível. Porém, somente Jesus Cristo ressuscitou, assim, Ele continuou sendo Espírito incorruptível, e agora, com um corpo incorruptível; e Jesus foi o primeiro a passar por essa gloriosa metamorfose, e assim, ele transmitiu a toda espécie segundo a sua imagem que desfrutem desta glória na eternidade futura. “Porque, assim como todos morrem em Adão, assim também todos serão vivificados em Cristo. Mas cada um por sua ordem: Cristo, as primícias; depois, os que são de Cristo, na sua vinda.” (I Coríntios 15:22-23). Hoje, em Cristo, nosso ser consiste em: um espírito incorruptível, que possui uma alma eterna, e habita dentro de um corpo temporariamente corruptível.
   
UM REI QUE DESEJOU SE IGUALAR AO REI DOS REIS

Deus impôs ao seu primeiro rei representante, Adão, um limite de obediência através da árvore chamada “do conhecimento do bem e do mal” sob pena de morte; O Inimigo de Deus e dos homens seduziu o primeiro casal a crer no contrário: “...Certamente não morrereis. Porque Deus sabe que, no dia em que dele comerdes, se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal.” (Gênesis 3:4-5). A sedução não foi de conhecer bem e mal, e sim, de ser igual a Deus. O que os reis Adão e Eva não entenderam, é que eles já eram iguais a Deus (Gênesis 1:26-27). Adão possuía a natureza de Deus no que tange à imagem e a semelhança, espiritual e moralmente, porém, fora privado de conhecer a Lei Moral, ou seja, o conhecimento e a opção entre certo e errado, bem e mal. E desde o início, o plano do Diabo é relativizar o conceito de bem e mal, mas na concepção divina estes conceitos são sempre absolutos (Isaías 5:20). O rei Adão perdeu a sua glória, pois desejou uma glória sublime e única, a de Deus, como estrelas ostentando a glória do Sol (I Coríntios 15:41).

UM REI QUE PROCLAMOU SUA INDEPENDÊNCIA

Como já dissemos o primeiro rei enviado por Deus, desejou sua independência e deu início a “República do Governo Humano”. O gênero humano passou a viver e andar sob a égide de seus próprios sentidos corrompidos pela ação degenerativa do Pecado. Adão transmitiu ao Diabo a procuração de autoridade, principado e pseudo-divindade sobre a Terra e a raça humana (II Coríntios 4:4; Efésios 2:2; João 14:30; 16:11). O homem não foi criado para ser independente de Deus e de sua Graça. Há um vazio intrínseco na natureza humana afastada de seu Criador, e o homem, por sua vez busca inconscientemente preencher este vazio com auto satisfação de seus desejos e sentidos, mas “...tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo. E o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre.” (I João 2:16-17). Não existe de fato independência humana, pois, os falsos mestres que prometem essa falsa liberdade, “...falando coisas mui arrogantes de vaidades, engodam com as concupiscências da carne e com dissoluções aqueles que se estavam afastando dos que andam em erro, prometendo-lhes liberdade, sendo eles mesmos servos da corrupção. Porque de quem alguém é vencido, do tal faz-se também servo.” (II Pedro 2:18-19). Jesus, o Rei dos reis, declarou a suprema verdade: “...sem mim nada podereis fazer.” (João 15:5b). O velho Adão que habita o homem não regenerado sente-se independente e por isso perece; o novo homem, habitado por Cristo, é dependente Dele, e por isso, reina em vida (Romanos 5:17).

UM REI IGUAL AO REI DOS REIS

O primeiro rei foi dotado da imagem e semelhança de Deus, mas não essencialmente de sua natureza divina, pois como já estudamos, ele era apenas alma vivente. Diferentemente de Adão, o Último Rei, Jesus Cristo, foi uma corporificação do Criador, ou seja, Deus feito homem. Jesus nunca foi criado, Ele é o Filho de Deus que nos foi dado como dádiva redentora (Isaías 9:6); Jesus foi gerado superior aos anjos e na concepção e natureza divina (Hebreus 1:5), e introduzido no mundo como digno de adoração até mesmo dos anjos (Hebreus 1:6). E a Escritura ratifica a divindade e a realeza de Jesus Cristo em Hebreus 1:8: “Mas, do Filho diz: Ó Deus, o teu trono subsiste pelos séculos dos séculos, cetro de equidade é o cetro do teu reino.”. Ao ser indagado por Filipe sobre a imagem visível de Deus Pai, o Rei Jesus declara: “...Estou há tanto tempo convosco, e não me tendes conhecido, Filipe? Quem me vê a mim vê o Pai...” (João 14:6). Jesus é a Palavra, o Verbo eterno e divino que coexiste com o Pai (Deus Todo Poderoso) e que encarnou. “No princípio, era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.” Tudo o que diz respeito a Deus, seus atributos, seu caráter, sua obra está em Cristo. A plenitude de Deus está revelada em Jesus Cristo. “porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade.” (Colossenses 2:9). Jesus Cristo, o Rei semelhante ao Rei dos reis.

UM REI QUE REESTABELECEU O GOVERNO DO CÉU

Jesus jamais intentou trazer uma nova religião a Terra. Ele jamais planejou estabelecer o que concordantemente, conhecemos e denominamos cristianismo. O conceito de cristianismo hoje consiste em mais um ideal religioso que compete com outras religiões antigas como hinduísmo, budismo, e islamismo. Os fundadores dessas religiões eram considerados seus “profetas”, assim, empreenderam seus esforços na disseminação de meras doutrinas. Jesus, embora dotado de credenciais proféticas, era mais que um profeta. Sua missão era mais “política” do que religiosa, pois não se lê em parte alguma das Escrituras que veio trazendo em seus ombros um grande pergaminho de novos dogmas religiosos, nem tão pouco, uma nova divindade. A Bíblia diz: “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre os seus ombros...” (Isaías 9:6a). Jesus inicia o seu ministério proclamando: “...Arrependei-vos, porque é chegado o Reino dos céus.” (Mateus 4:17), e narrativa dos mesmo Evangelho declara o tríplice ministério de Jesus: “E percorria Jesus toda a Galiléia, ensinando nas suas sinagogas, e pregando o evangelho do Reino, e curando todas as enfermidades e moléstias entre o povo.” (Mateus 4:23). Seu poder sobre o império das trevas revelou a manifestação prévia do reino de Deus entre os homens (Mateus 12:28). O Reino de Deus foi trazido por ocasião da primeira vinda de Cristo, de forma espiritual, mas culminará com sua manifestação literal e visível nos últimos dias, antes do governo definitivo do Senhor sobre a Terra (Atos 3:19-21). Até o momento da estada humana de Jesus entre nós, este Reino veio invisivelmente (Lucas 17:20-21). Indagado por Pilatos acerca de sua realeza, Jesus disse: “...o meu Reino não é deste mundo; se o meu Reino fosse deste mundo, lutariam os meus servos, para que eu não fosse entregue aos judeus, mas, agora, meu Reino não é daqui.” (João 18:36). Note o termo sublinhado e em negrito, “agora”. Com esta terminologia referente a tempo, Jesus está dizendo: “por enquanto meu Reino não é daqui”. Jesus em breve estabelecerá seu governo literal com sede em Jerusalém, e reinará sobre toda a Terra (Miquéias 4:1-4). O governo do céu renegado no Éden foi restaurado no Gólgota. Aleluia!

Conclusão

Nós, nascidos de novo e regenerados pela Obra do Espírito, somos parte da nova “linha de produção da segunda espécie”. Somos a geração do Último Adão. Somos reis com a natureza do Rei dos reis (II Pedro 1:3-4). Neste tempo derradeiro da Igreja, há uma manifestação poderosa do Espírito de sabedoria e revelação, que nos fará vislumbrar a glória de nossa posição em Cristo Jesus (Efésios 1:17-23). O primeiro rei está morto em nós, mas o último Rei nos habita (Gálatas 2:19-20).


Obs.: Este e outros textos sobre o Reino de Deus de autoria do Pastor Enéas Ribeiro, são parte integrante da série de ensinos da EDR (Escola de Discipulado do Reino). A EDR é uma Escola Bíblica gratuita e de profundidade bíblica e teológica, que visa equipar os santos na visão da Reforma Apostólica do Reino de Deus, formando genuínos avivalistas e embaixadores do Reino. Participe. Todos os Domingos às 9:00hs na COGIC – Missão da Fé Apostólica, na Rua Dr. Galvão Guimarães, 126 – Jardim Santa Adélia, São Mateus, SP (em frente ao Terminal de Troleibus de São Mateus, ao lado do Hospital Maternidade MASTER CLIN).

Nenhum comentário:

Postar um comentário