quarta-feira, 29 de agosto de 2012

A REDENÇÃO COMPLETA DO REI


 
A mensagem do Evangelho do Reino é uma mensagem essencialmente redentora em seu conteúdo, pois diz respeito a uma primeira espécie real que fracassou trazendo a morte e o caos para toda a criação e criaturas, e sobre o Rei que, fazendo-se servo, trouxe restauração desse estado caótico através de sua obra expiatória, estabelecendo assim, o Reino que o Criador anelava desde o princípio. O fato é que ao longo dos séculos o caráter pleno e definitivo desta poderosa obra redentora tem sido diluído pela teologia, tornando assim a Igreja uma “peregrina intrusa” na Terra, que é encorajada por essa teologia a não empreender esforços de conquista aqui, pois anseia por um ideal relativo de céu. Esse escapismo que tem sido a escatologia predominante a pouco mais de um século, que fala de uma forma de “arrebatamento invisível” que tirará a Igreja de sua labuta terrena, produziu uma mentalidade derrotista na Igreja que deveria ser militante, restringindo a obra da Redenção meramente ao âmbito da alma humana. A Redenção efetuada por Jesus Cristo, como já dissemos anteriormente, foi completa, tanto com relação à criação inanimada, como à criatura, “todas as coisas”. (Colossenses 1:20). E especialmente a criatura, tem sido redimida em sua totalidade, apenas aguardando uma coroação definitiva, que dentre outros aspectos nos garante um corpo glorificado (I Coríntios 15:52-58).

i-                    A REDENÇÃO DA IMAGEM DIVINA NO HOMEM

A diferença de uma imagem de TV normal, HD, Full HD ou ruim e cheia de chuviscos, é a sintonia com o satélite. Se movermos o receptor exatamente em direção à face do satélite, teremos uma imagem perfeita, e qualquer desvio dessa posição poderá comprometer a qualidade da imagem. A obra redentora de Cristo possibilitou ao homem, outra vez mover seu coração em direção à face do Deus Criador. O primeiro Adão começou a perceber as primeiras “interferências” na imagem divina em si quando colocou seu “receptor” debaixo de uma árvore proibida; até então ele não havia perdido a imagem de Deus (Gênesis 1:27), mas ao comer do fruto, logo ele percebeu que tudo ao seu redor começou a perder a beleza, a vida e cor, inclusive ele. Era necessário erguer num lugar elevado, uma “antena” de alta qualidade para restaurar ao homem uma imagem de alta qualidade; mas somente alguém perfeitamente qualificado poderia erguer essa antena sob a tempestade da ira de Deus. Quatro mil anos depois de péssima imagem, Jesus Cristo, no alto do Monte Calvário “fixou” a cruz diante do Pai, e através dela, para o corpo de Jesus convergiram todos os pecados do homem caído, e consequentemente, toda ira de Deus recaiu sobre ele, para que a humanidade fosse restaurada pela fé à imagem divina. Desde a eternidade Jesus nos predestinou para ser à sua imagem (Romanos 8:29). O que é maravilhoso, é que em breve, a qualidade de imagem dos filhos de Deus será ainda superior. “E, assim como trouxemos a imagem do terreno [Adão pós-Queda], assim traremos também a imagem do celestial [Cristo glorificado].” (I Coríntios 15:49).

ii-                  A REDENÇÃO DA AUTORIDADE DIVINA NO HOMEM
Como já dissemos, o texto áureo da delegação da autoridade real divina ao homem é Gênesis 1:26 “...Façamos o homem a nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine...” O substantivo domínio, em sua tradução original (hebraico) é “RADAH”, que significa: REINO, SOBERANIA, GOVERNO. Assim, o propósito original do Criador era que o homem estabelecesse aqui na Terra um Reino soberano e a governasse sob a regência e as qualidades do céu. Como todas as demais graciosas dádivas da Criação Original, com a Queda, essa autoridade foi perdida. E assim como todas as demais dádivas perdidas, a Redenção restaurou também a Autoridade do homem (redimido). O homem redimido possui autoridade divina sobre (1) o Mundo (I João 4:5); (2) o Pecado (Romanos 6:14); e (3) o Diabo (Lucas 10:19). Não resta neste universo nenhuma forma ou fonte de autoridade que não tenha sido transferida ao Senhor Jesus Cristo, e foi com essa autoridade que ele nos comissionou e enviou. “...É-me dado todo o poder no céu e na terra. Portanto, ide, ensinais todas as nações...” (Mateus 28:18-19). A Igreja como Agência do Reino de Deus na Terra, neste tempo do fim, exercerá sua Autoridade Real sobre todo este sistema corrompido chamado “mundo” (do grego “cosmo”), vivenciará um tempo de santidade coletiva sem precedentes na história exercendo essa autoridade sobre a força do pecado, e como nunca antes, destruirá todas as fortalezas das trevas neste planeta. Esta autoridade, ou poder delegado, consiste na suprema realidade da habitação de Deus em nós, redimidos (Colossenses 1:27), pois Ele nos enviou seu próprio Espírito para nos garantir tal poder (Atos 1:8). 

iii-                A REDENÇÃO DA COMUNHÃO DIVINA NO HOMEM
A maior dádiva de Deus para o homem era sua inigualável comunhão. A palavra comunhão (gr. “koinonia”) significa: intimidade, cumplicidade, amor etc. O tipo de relacionamento entre Deus e o homem não estava baseado em alguma mediação humana ou ritual, era uma amizade reverente entre Pai e filho. O primeiro rei, Adão, abdicou desta maravilhosa dádiva dando ouvidos à Serpente. Adão e toda a espécie humana perderam esta comunhão paterna com o Criador e Pai. Mas o último Adão, o Rei Jesus redimiu este relacionamento, tornando outra vez possível este relacionamento íntimo e glorioso. A Obra Redentora de Cristo Jesus reconciliou o homem com Deus, “isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados, e pôs em nós a palavra da reconciliação.” (II Coríntios 5:19). Na verdade, toda a criação foi reconciliada a Deus por meio daquele poderoso e precioso (I Pedro 1:18-19) sangue vertido na cruz. “porque foi do agrado do pai que toda a plenitude nele [o Rei Jesus] habitasse e que, havendo por ele feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele [do Rei Jesus] reconciliasse consigo todas as coisas, tanto as que estão na terra como as que estão nos céus.” (Colossense 1:19-20). A reconciliação foi completa através das Redenção do Rei.

iv-                A REDENÇÃO DA GLÓRIA DIVINA NO HOMEM
O tipo de comunhão supracitada estava além do mero testemunho interior do Espírito Santo no espírito do primeiro rei (Adão), na verdade, Adão era constantemente envolvido por uma experiência de êxtase indescritível, seus olhos nunca viram alguma manifestação antropomórfica (forma humana) de Deus (I Timóteo 6:16). Perdida esta comunhão o ponto de contato para ao menos vislumbrar a glória de Deus era a invocação de seu nome iniciada por Enos (Gênesis 4:26), pois desde então, todo homem oriundo da “primeira espécie”, foi completamente destituído da glória de Deus (Romanos 3:23). Moisés desfrutou de uma discreta e diluída fração desta glória no Monte Horebe (Êxodo 34:29-30), mas o fato é tudo era apenas lampejos do desejo de Deus de restaurar o homem à sua glória. Eis aqui a glória do último e glorioso Rei Jesus, o Cristo: Ele restaura o homem à glória de Deus justificando-o por sua graça e REDENÇÃO. “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus, sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus.” (Romanos 3:23-24). Em Cristo, somos não mais expostos à glória de Deus externamente, mas esta glória divina é depositada em nós, brilha em nós, e cresce em nós à medida que absorvemos a imagem de Cristo (II Coríntios 3:13-18). O Rei Jesus Cristo em nós, esperança da glória definitiva (Colossenses 1:27), assim, reinamos em vida por Ele (Romanos 5:17).

Conclusão

A plenitude desta poderosa Redenção é o fato do Evangelho do Reino. Deus, em Cristo consumou todas as coisas, redimindo tudo e resgatando para si mesmo. Desde a obra redentora do Calvário, os efeitos da mesma, vem fazendo convergir para Deus, através da Igreja, todo o universo. O Rei Jesus Cristo é a Pedra, que já foi lançada sobre a Terra, e já deu início ao Reino que que consumirá todos os reinos da terra e não terá mais fim (Daniel 2:44). Não se engane, esta profecia de Daniel se cumpriu no primeiro advento do Rei Jesus. Daniel teve a visão do Cristo vencedor entrando na presença do Pai após ter consumado a obra da cruz, recebendo o Reino e o o poder para sempre. “Eu estava olhando nas minhas visões da noite, e eis que vinha nas nuvens do céu um como o filho do homem; e dirigiu-se ao ancião de dias, e o fizeram chegar a ele. E foi-lhe dado o domínio, e a honra, e o reino, para que todos os povos, nações e línguas o servissem; o seu domínio é um domínio eterno, que não passará, e o seu reino, o único que não será destruído.” (Daniel 7:13-14). A Redenção do Rei foi plena, completa e definitiva, e culminará em breve diante de toda a Terra, diante de nossos olhos. O Rei Jesus já está irreversivelmente coroado. Aleluia!

CINCO PERFIS DE EVANGELISTAS




         Assim como existem diversas categorias de médicos para especialidades distintas, pneumologistas, oftalmologistas, ortopedistas... Certamente não podemos esperar que um dom ministerial dado por um Deus Criativo, seja restrito; existe uma diversidade no ministério do EVANGELISTA. Uma das coisas mais empolgantes no ministério dos evangelistas, é que cada um desses fervorosos pregadores do evangelho, possui uma característica singular, e é justamente essa singularidade ministerial que, bem administrada pela Igreja Local, renova a espiritualidade e a paixão do povo por Deus e por sua obra. Igrejas que adotam um perfil único de evangelista tendem a ficar estagnadas, pois se suprirão em um aspecto e ficarão carentes e outros.
         Gostaria de enumerar cinco ramos diferentes do ministério evangelístico que ao longo dos séculos têm trazido revitalização e entusiasmo à Igreja, são cinco “perfis” de pregadores do evangelho que precisam ser discernidos piedosa e sabiamente pelo pastor e pela igreja; são eles: (1) Evangelistas Avivalistas; (2) Evangelistas de Cura; (3) Evangelistas Pioneiros; (4) Evangelistas Proféticos; e (5) Evangelistas Pastores.

1-    EVANGELISTAS AVIVALISTAS
Convencionalmente, o termo avivalista na cultura eclesiástica moderna, parece ser aplicado exclusivamente a evangelistas mais eloquentes e que operam os dons espirituais, porém, é muito mais do que isso. Ao longo dos anos, o Espírito Santo tem ungido de forma especial pregadores do evangelho que carregam em si um peso de responsabilidade com um “senso geográfico”, ou seja, estes evangelistas são comissionados com uma graça diferenciada para atrair para Deus a população de uma comunidade, uma cidade, ou até uma nação inteira. O Evangelista Avivalista é uma classe de ministro muito versátil, pois nele operam os dons de cura, o espírito pioneiro, os dons proféticos, e também habilidades pastorais. Este tipo de evangelista, portanto, é dotado de um perfil apostólico.
Como fervoroso pregador do evangelho e entusiasta visionário apostólico, o Evangelista Avivalista forma discípulos nos moldes de Jesus, com visão não meramente denominacional, mas com a perspectiva do Reino de Deus.
Nestes dois milênios de dispensação da Igreja, o Espírito Santo nos legou o privilégio de contemplar, extasiados, o ministério estrondoso de grandes avivalistas, dentre eles, vale a pena ressaltar o jovem Evan Roberts do País de Gales. Roberts, incendiado por uma vida poderosa de oração e por uma visão divina de avivamento nacional, ateou fogo em seu país. Os relatos do avivamento galês são chocantes e quase inacreditáveis do ponto de vista sociológico (ver biografia na postagem do blog: http://pastoreneasvozprofetica.blogspot.com.br/2011/07/evan-roberts-o-avivalista-gales.html).
         O evangelista avivalista tem somente um anelo e uma motivação: o reavivamento da Igreja local e o avivamento da comunidade. Assim, ele empreende esforços tanto no despertar dos crentes para uma vida espiritual mais profunda, santificada e socialmente relevante, como na salvação e conversão dos perdidos em uma área geográfica determinada por Deus.

2-    EVANGELISTAS DE CURA
Este ramo de Evangelista despontou por ocasião do ministério do lendário ministro de cura Oral Roberts. Foi na década de cinquenta que estes poderosos pregadores se popularizaram, especialmente pela divulgação do famoso periódico A VOZ DA CURA nos Estados Unidos, e de grandiosas cruzadas em tendas, além disso, foram eles (em especial Oral Roberts) os pioneiros do tele-evangelismo. A ênfase da pregação e do ministério desses Evangelistas é o poder curador de Deus. Dentre as principais Doutrinas expostas por eles se destacam: a cura divina como dádiva inclusa na obra expiatória do calvário (Is 53:4-5; Mt 9:5-7); o papel fundamental da fé na ministração e recebimento da cura (Mc 10:52; At 14:9); a crença de que a cura divina é sempre a vontade de Deus (Mt 8:2-3); a cura divina mediante a simples recepção da Palavra (Sl 107:20; Lc 7:7); a crença de que é a vontade de Deus curar todas as pessoas (Mt 10:1; At 10:38). Estes Evangelistas de Cura são conhecidos por sua absoluta ira contra toda sorte de doenças e enfermidades, eles empreenderam uma fervorosa série de campanhas de avivamento, marcados pela ênfase na cura dos corpos enfermos. Evidentemente que o grande foco desse maravilhoso dom operado nestes ministros é atrair a atenção dos pecadores e convertê-los, o que se torna mais simples quando há sinais, especialmente curas (At 8:6-7; 28:8-10). Evangelistas de Cura se utilizam pelo menos quatro formas básicas para conduzir as pessoas à cura: (1) Em muitas reuniões eles ungem as pessoas doentes uma a uma lhes impondo as mãos (Mc 6:5, 13). (2) Em sua maioria, os Evangelistas de Cura “instigam” a fé das massas somente pela Pregação ou Palavra da Fé (Mt 8:16; Lc 4:36; Gl 3:5). (3) Outro meio pelo qual ondas de cura são liberadas sobre as massa, é a virtude do Espírito do Senhor Jesus que flui desses ministros ungidos (Nm 11:16-17; Lc 6:19; At 5:15-16). (4) Por fim, um meio muito comum de cura divina era através de se tocar, ou de pontos de contato com Evangelistas de Cura ungidos (Mt 14:36; Mc 3:10; 5:28; At 19:11-12).
Os Evangelistas de Cura foram também pioneiros na promoção da verdadeira vida abundante, com hábitos saudáveis de alimentação e atividade física; a máxima desses pregadores é: “Deus não é responsável por nossa saúde, Ele é responsável por nossa cura”.
Dentre estes poderosos Evangelistas devemos destacar, além, é claro, do proeminente Oral Roberts, a extravagante e dramática Kathryn Kullman, uma tremenda mulher de Deus que possuía um genuíno ministério do Espírito Santo, conduzindo milhares de pessoas à curas extraordinárias apenas convidando o Espírito Santo para fazê-lo; como não falar do controverso William Brahman que se tornou o “pai” e um inspirador de uma geração de ministros curadores, inclusive de T.L. Osborn. Podemos fazer menção também de John Lake, Smith Wigglesworth, John Alexander Dowie, Maria Woodworth-Etter, A.A. Allen, Benny Hinn e outros (ver o blog A VOZ DA CURA: http://avozdacura.blogspot.com.br/). No Brasil, nomes destacados foram: Celso Lopes, Luíz Schiliró, Manuel de Melo, Davi Miranda, e uma nova geração que hoje, está operando em um nível de poder curador jamais visto.

3-    EVANGELISTAS PIONEIROS
Começar do “zero”, lançar alicerces sólidos para estabelecer igrejas, consolidar frentes evangelísticas estáveis. Estes são alguns aspectos fundamentais do ministério de um Evangelista Pioneiro. O apóstolo Paulo, que aliás, é um dos mais completos evangelistas que já viveu, foi um grande pioneiro, ele pregava o evangelho em uma cidade, estabelecia uma igreja ali, discipulava por um curto espaço de tempo a liderança pastoral que assumiria em sua ausência, e depois partia para outra cidade e recomeçava o processo. Na verdade, a despeito de permanecer ou não em certo lugar para treinar obreiros, o Evangelista Pioneiro com suas poderosas e persuasivas campanhas de evangelização e avivamento, sempre deixam para trás um sem número de convertidos prontos para engressar no ceio de uma congregação (igreja) local. Uma das maiores denominações pentecostais foi fundada por um grande Evangelista Pioneiro, o Bispo Charles Harrison Mason, que incendiou o Sul dos Estados Unidos pregando o evangelho e curando os enfermos. Outro poderoso Pioneiro é o argentino Carlos Annacondia, que tem se constituído dentre os evangelistas, como o maior apoiador da igreja local no mundo; suas cruzadas de cura e libertação têm transtornado cidades, deixando milhares de almas convertidas aos cuidados dos pastores. E o que não dizer de Billy Graham, que também tem sido braço direito de pastores e líderes cristãos ao redor do mundo nas últimas décadas.
Precisamos de mais desses ministros com espírito de desbravamento e conquista de territórios. Estes são os Evangelistas Pioneiros.

4-    EVANGELISTAS PROFÉTICOS
Há uma categoria de Evangelista que parece estar “acima de qualquer suspeita”, são homens veementes, inconformistas, confrontadores, e expõem como poucos ministros o fato e a realidade do Pecado humano. São os Evangelistas Proféticos, homens que parecem consumidos por um zelo divino pela alma eterna dos homens e pelo estado espiritual da Igreja. Apesar de não ter feito parte da Era da Igreja, João Batista foi o precursor do Reino de Deus, e neste sentido ele foi um anunciador das boas novas da remissão dos pecados pelo arrependimento (Marcos 1:4-5), ou seja, o profeta João Batista foi um poderoso Evangelista Profético. Suas grandes campanhas no deserto atraíam multidões de pecadores que se arrependiam e eram por ele batizados no Rio Jordão. A pregação de João Batista era incisiva e tocava em pontos nevrálgicos da religiosidade formalista e das desigualdades e decadências sociais de sua época (Lucas 3:10-14).
Estes Evangelistas estão representados em nosso século em vozes proféticas como a do saudoso e lendário Leonard Ravenhill que também incendiou corações e promoveu grandes despertares na Inglaterra, e em muitos países do mundo, seu legado de Evangelista Profético foi herdado da influência de outro grande atalaia: A.W. Tozer. Hoje em dia, estas vozes conservam este legado através do Missionário norte-americano Paul Washer, que tem causado grande impacto com sua pregação cristocêntrica e repleta de penetrantes denúncias contra o atual estado da Igreja nos EUA e no mundo.
Tais pregadores não podem jamais se calar, pois eles conservam o equilíbrio e a proclamação do amor e do juízo de Deus. (ver blog: http://oprofetico.blogspot.com.br/)
Os Evangelistas Proféticos estão em plena atividade.

5-    EVANGELISTAS PASTORES
A chamada da grande comissão é abrangente, ou seja, não diz respeito apenas a pregar, mas também a discipular os novos convertidos, ensinando-os na doutrina dos apóstolos. Jesus disse: “...Ide por todo o mundo, pregai o evangelho...” (Marcos 16:15) e “...ide, ensinai todas as nações...”. A pregação e o ensino são coisas absolutamente distintas, aliás, Jesus possuía o tríplice ministério do Evangelista: Ensinar, Pregar e Curar. “E percorria Jesus toda a Galiléia, ensinando nas suas sinagogas, e pregando o evangelho do Reino, e curando todas as enfermidades e moléstias entre o povo.” Perceba que ensinar possui um caráter mais interno, ou seja, restrito a algum ambiente religioso (sinagogas), já pregar tem um caráter mais externo (nas vilas ao ar livre). Ambos são importantes, mas são os pastores que possuem mais habilidades e talentos espirituais para o ministério “indoor”. Há, no entanto, uma classe de evangelista que tanto prega o evangelho em cruzadas e campanhas fora do âmbito congregacional (templo), como ensina dentro do mesmo. Eles possuem uma capacidade de serem pastores, porém fazendo a obra de evangelistas. O apóstolo Paulo exortou ao jovem pastor da Igreja em Éfeso, Timóteo: “...faze a obra de um evangelista, cumpre o teu ministério.” (II Timóteo 4:5).
Nossa geração tem sido marcada pelo surgimento do fenômeno da “mega-igreja”, que parece positivo para uns e negativo para outros, porém, diga-se a verdade: os pastores dessas mega-igrejas se tornaram influentes e poderosos Evangelistas Pastores, que têm empreendido estratégias arrojadas e visionárias na difusão do Evangelho do Reino, penetrando em seguimentos da sociedade outrora alheios à realidade da Igreja, como o entretenimento, a comunicação e a mídia. Dentre estes grandes Evangelistas Pastores destacam-se o famoso pastor sul-coreano David Young Sho, idealizador da igreja em células e líder da maior igreja do mundo. E o nome mais eminente da atualidade o Pastor midiático TD Jakes.
Estes ministros polivalentes têm sido usados por Deus para trazer grande crescimento ao corpo de Cristo e expansão ao Reino de Deus.

         Evidentemente que existem “subclasses” de evangelistas no corpo de Cristo, a diversidade de temperamentos, personalidades e dons propicia isto. Os Evangelistas supracitados não obstante praticarem o evangelismo pessoal esporadicamente, são mais efetivos e eficazes na comunicação em massa, enquanto outros parecem ser mais frutíferos na evangelização de pessoa por pessoa. Sejamos, porém francos, não é sábio um ou outro tipo de proclamador do Evangelho se declarar maior ou mais nobre por praticar uma faceta de evangelismo em grupos de rua, nas casas, por cartas, telefone, individualmente ou em massa. O ide é para todos, mas o ministério público não!

Enéas Ribeiro

EVANGELISTA, O AMIGO DE PECADORES




         A natureza inclusiva do ministério de Jesus foi extremamente confrontadora para os judeus, com sua cultura religiosa de separação ascética. Era inadmissível para o judeu ortodoxo, em especial o fariseu, a mera comunicação visual com gentios ou pecadores; seu elevado padrão de auto-justiça e moralidade, fazia com que estes religiosos extremistas enojassem aqueles que professavam sua fé e seu estilo de vida. Surge, então, Jesus de Nazaré, com uma nova proposta de alcance das massas, Ele não queria fazer prosélitos do judaísmo, nem tão pouco impor novos dogmas ou leis às pessoas, Ele as convidava para entrar no Reino de Deus, com sua Lei do Espírito, sua contracultura, e suas promessas vindouras. Mas este não era o grande problema na perspectiva dos fariseus; o problema era o público alvo de Jesus: Todo o que crê. Indignado com o critério intolerante do “crivo” religioso dos judeus, Jesus desabafa:

E disse o Senhor: A quem, pois, compararei os homens desta geração, e a quem são semelhantes? São semelhantes aos meninos que, assentados nas praças, clamam uns aos outros e dizem: Nós tocamos flauta, e não dançastes; cantamos lamentações, e não chorastes. Porque veio João batista, que não comia pão nem bebia vinho, e dizeis: Tem demônio. Veio o Filho do Homem, que come e bebe, e dizeis: Eis aí um homem comilão e bebedor de vinho, amigo dos publicanos e dos pecadores.
Lucas 7:31-34

         Este foi o apelido que Jesus recebeu, “Amigo de pecadores”, e este é a realidade, pois até então, os pecadores não tinham ninguém por si, senão a acusação, rejeição e exclusão social, mas agora, em Jesus, ele encontram uma nova mentalidade sobre o interesse de Deus por eles.

         Jesus é o Evangelista por excelência, Ele é, não somente o principal propagador da Boa Nova do Reino de Deus (o Evangelho), como é também, o autor desta Boa Nova; e Ele mesmo nos deixou um paradigma absoluto e imutável para o ministério evangelístico com sua mentalidade e visão inclusiva e contextualizadora.

         Inserido em uma cosmovisão judaica separatista, Davi externou um celebre Salmo que em sua época refletia a vontade de Deus para o povo de Israel: “Bem aventurado o varão que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores.” (Salmo 1:1).
         Não desejo em hipótese alguma ferir a ortodoxia bíblica veterotestamentária, mas considerando a nova proposta de Jesus de alcance dos desafortunados irreligiosos, não podemos como Igreja de Deus em Cristo Jesus, praticar a literatura desse texto, senão, apenas o primeiro conselho davídico para os nossos dias: “não andar segundo o conselho dos ímpios”. Perceba, porém, que Jesus em seu ministério terreno não foi guiado pelo conselho de homem algum, mas pelo Espírito Santo, embora, contrariando o salmo, ele constantemente se detinha no caminho dos pecadores, e sem constrangimento se assentava na roda dos escarnecedores; a grande diferença era que Ele não pecava nem escarnecia, mas influenciava. Este é o legado de um verdadeiro Evangelista e de um cristão com visão apostólica, ao contrário dos cristãos neófitos ou hipócritas, ele se dá com os não crentes.
         Este “dom” evangelístico de contextualização consiste em pelo menos cinco aspectos a serem desenvolvidos pelo aspirante a evangelista e pela Igreja Apostólica: (1) Um discernimento da mente dos não crentes; (2) Uma linguagem peculiar aos não crentes; e (3) Uma interação sem medo com os não crentes; (4) Uma familiarização num nível pessoal com os não crentes; (5) Uma habilidade de compreender e sanar crises enfrentadas pelos não crentes. Acerca desses cinco pontos falaremos numa próxima postagem.

         No contexto em que o apóstolo/evangelista Paulo orientava a Igreja de Corinto acerca do procedimento disciplinar apropriado para lhe dar com um caso de extrema imoralidade sexual dentro da igreja, ele chega em certo ponto e escreve:

Já por carta vos tenho escrito que não vos associeis com os que se prostituem; isso não quer dizer absolutamente com os devassos deste mundo, ou com os avarentos, ou com os roubadores, ou com os idólatras; porque então vos seria necessário sair do mundo. Mas, agora, escrevi que não vos associeis com aquele que, dizendo-se irmão, for devasso, ou avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ou roubador; com o tal nem ainda comais.
I Coríntios 5:9-11

         Esta uma das marcas da consciência evangelística, a dissociação com os falsos irmãos, e a associação com os descrentes pecadores. O ponto aqui não é comunhão, mas sim influência. Jesus comparou o Reino de Deus com o fermento (Mateus 13:33), e uma das características do fermento é que não é a massa que influencia e altera o fermento, mas o fermento influencia e altera a massa, e na concepção apostólica tanto de Jesus Cristo, quanto de Paulo, o fermento ruim não é o incrédulo pecador, mas sim o pseudo-religioso e o crente profano (Mateus 16:6, 12; I Coríntios 5:6-7).

         A mentalidade evangelística legalista de muitas igrejas de nosso século não se parecem em nada com o método apostólico de evangelização. Não acredito que Jesus ficou incomodado ou perturbado com o fato de um de seus mais influentes apóstolos ter caminhado três anos e meio com Ele sem renunciar a espada que estava em sua cintura, Jesus se fazia de desentendido com a situação, pois sabia que a ação do Espírito Santo no advento de Pentecostes o transformaria. Não adiantaria tirar a espada da cinta e não tirá-la do coração; não adianta vivermos regidos por códigos religiosos de leis: “pode isso, e não pode aquilo”, isso não é transformação, é mera religião (Colossenses 2:20-23). Não ganhamos almas para Cristo, para sobrecarregá-las com nossas ordenanças dogmáticas denominacionais; não podemos tentar usurpar o papel regenerador do Espírito.
         Parece-nos que Paulo possuía uma abordagem contemporânea do evangelho, repleto da doutrina de Cristo oculta em linguagem greco-romana (vigente na época), porém, desvinculada dos elementos ritualistas da fé judaica. E nós, como uma geração apostólica, precisamos desenvolver uma “nova” linguagem missiológica; em outras palavras, precisamos renunciar nosso “evangeliquês igrejeiro”, encontrando o equilíbrio de uma fala sã e irrepreensível, e ao mesmo tempo moderna e culturalmente contextualizada. Da mesma forma, Paulo também se utilizava de uma metodologia transcultural arrojada, que perturbou o senso de sagrado e profano dos religiosos de seu tempo, e certamente teria causado a mesma perturbação em igrejas retrógradas em nossos dias. Em poucas de suas palavras podemos compreender a visão evangelística e missionária de Paulo:
Porque, sendo livre para com todos, fiz-me servo de todos, para ganhar ainda mais. E fiz-me como judeu para os judeus, para ganhar os judeus; para os que estão debaixo da lei, como se estivera debaixo da lei, para ganhar os que estão debaixo da lei. Para os eu estão sem lei, como se estivera sem lei (não estando sem lei para com Deus, mas debaixo da lei de Cristo), para ganhar os que estão sem lei. Fiz-me como fraco para os fracos, para ganhar os fracos. Fiz-me tudo para todos, para, por todos os meios, chegar a salvar alguns
I Coríntios 9:19-22

         Nas palavras do versículo 22 Paulo revela a abrangência de sua estratégia: “...para, por todos os meios, chegar a salvar alguns.

         A rejeição e a perseguição nem sempre é reflexo de uma igreja santa e separada; na verdade, no modelo apostólico de avivamento em Atos, a igreja estava “...caindo na graça de todo o povo. E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar.” Muitas vezes, o motivo real da igreja moderna ser rejeitada e pisada pelos homens, é que ela é um “sal imprestável” que perdeu o sabor e não tempera. “Vós sois o sal da terra; e, se o sal for insípido, com que se há de salgar? Para nada mais presta, senão para se lançar fora e ser pisado pelos homens.” (Mateus 5:13).
         A Igreja é comparada por Jesus a uma poderosa cidade, geograficamente edificada sobre um monte; também é comparada a uma luminosa lâmpada acesa, colocada em evidência num velador de uma casa escura, assim, Jesus exorta a que não nos escondamos ou nos alienemos deste mundo como, pois a luz só é luz brilhante em contato com as trevas (Mateus 5:14-15). Em sua oração sacerdotal Jesus rogou ao Pai, a que não nos tirasse do mundo, mas que nos livrasse do mal (João 17:15-18).
         Um cristão apostólico, e especialmente um genuíno evangelista, não pode resplandecer a sua luz no contexto interno da Igreja, ao contrário, como disse o Senhor: “Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem o vosso Pai, que está nos céus.” (Mateus 5:16).

         Acredito que a atitude evangelística mais arrojada e confrontadora de Jesus foi sua entrada na residência do chefe dos corruptos cobradores de impostos da época, Levi. Somente para que entendamos o caráter radical da rejeição desses chamados publicanos por parte dos judeus, eles eram também judeus, porém, trabalhavam colhendo de seus patrícios, impostos abusivos para o governo romano, além disso, eram homens profanos e destituídos dos valores morais oriundos da Lei de Moisés. Assim, houve a exigência de uma irrevogável separação de todo judeu ortodoxo desses pecadores inveterados. A narrativa bíblica não somente nos diz que o Mestre não somente viu Levi na coletoria e o chamou, mas também, entrou em sua casa. Isto era inadmissível, uma atitude das mais profanas e contaminadoras que um judeu poderia tomar, especialmente em se tratando de um rabino tão aclamado na época como Jesus. Certamente, até mesmo seus discípulos o censuraram secretamente. E respondendo a indagação legalista dos escribas da lei e dos fariseus, Jesus declara: “...Os são não necessitam de médico, mas sim os que estão doentes; eu não vim chamar os justos, mas sim os pecadores.” (Marcos 2:17).
         Precisamos parar de oferecer “quimioterapia para os resfriados da igreja”; a verdadeira praga está assolando o mundo à nossa volta, e ela se chama PECADO. Vamos às casas e mesas dos doentes pecadores e levemos o único remédio que os pode curar de fato, a Vida Eterna, por Cristo Jesus, nosso Senhor (Romanos 6:23).
         Voltemos a citar Paulo de Tarso, pois nenhum outro ministro compreendeu essa natureza abrangente da influência do evangelho quanto ele. Considerando a mentalidade de Jesus Cristo (I Coríntios 2:16), Paulo escreve: “E, se algum dos infiéis vos convidar e quiserdes ir, comei de tudo o que se puser diante de vós, sem nada perguntar, por causa da consciência. Mas, se alguém vos disser: Isto foi sacrificado aos ídolos, não comais, por causa daquele que vos advertiu e por causa da consciência; porque do Senhor é a terra e toda a sua plenitude.” (I Coríntios 10:27-28).
         Este deveria ser o apelido de cada evangelista e de cada crente cheio do Espírito Santo e com a mente de Cristo: “AMIGO DE PECADORES”
         Deus em Cristo o abençoe.     
           


MERCANTILISTAS E O SUSTENTO JUSTO E BÍBLICO DO EVANGELISTA


A viúva de Sarepta que supriu o profeta Elias

         Poucas coisas têm causado mais danos à credibilidade dos verdadeiros ministros de tempo integral quanto este moderno “comércio da fé”, em que pregadores estipulam seus cachês por mensagem. Talvez, você que esteja lendo esta postagem, considere tão normal esta atual configuração de “negócios eclesiásticos”, que possa estar dizendo: “Mas qual o problema em fechar a oferta do pregador?” Na verdade, não há nenhum problema em se fechar a oferta do pregador, o problema é no mínimo triplo: (1) O pregador que estipula o valor de sua oferta; (2) Os valores absurdos cobrados por certos pregadores; (3) O depósito prévio do valor da oferta para garantir a presença do pregador.
         Observe as palavras do apóstolo Pedro: “e, por avareza, farão de vós negócio com palavras fingidas; sobre os quais já de largo tempo não será tardia a sentença, e a sua perdição não dormita. Porque, se Deus não perdoou aos anjos que pecaram, mas, havendo-os lançado no inferno, os entregou às cadeias da escuridão, ficando reservados para o Juízo...” (II Pe 2:3-4). Pedro, com clarividência profética prevê o aparecimento desses pregadores avarentos, cujas palavras são bonitas e até verdadeiras, porém, sua motivação interior é vil e hipócrita, persuadindo as pessoas com a mente no cachê ao final de seu discurso; estes, segundo as palavras divinamente inspiradas de Pedro, serão duramente sentenciados.
         Com raras exceções, muitas igrejas e pastores se tornaram reféns dos pregadores que cobram para pregar; estas igrejas estabeleceram verdadeiros “fãs clubes” de pregadores “mega star”. Alguns pastores que não acreditam em sua própria vocação, se sentem exacerbadamente dependentes destes mercenários para atrair seu próprio rebanho; é evidente que pastores precisam do apoio ministerial de evangelistas sérios e comprometidos com o Reino de Deus para conduzirem cruzadas periódicas e reavivamentos locais, e estes sim são dignos de receberem grandes ofertas da Igreja, pois não as cobraram; porém, uma igreja não pode viver de eventos extraordinários, ela precisa do alimento espiritual cotidiano fornecido pelo anjo da Igreja, o Pastor O ministério do Evangelista para a Igreja Local, é uma “iguaria fina”, que não existe para ser consumida 365 dias por ano, mas em ocasiões especiais esporádicas.


         A negociação para pregar o evangelho é feita mais ou menos assim: O pastor liga e diz: “Quanto você COBRA para pregar na minha igreja?” E recebe como resposta: “Irei pregar por uma oferta, e dinheiro adiantado se não nada feito!” O pastor responde perguntando: “Quanto pagarei?” O pregador responde dizendo: “Olha amado, o senhor sabe que para sustentar um “HOMEM DE DEUS” não é tão barato, portanto, eu cobro (5.000,00) por mensagem; e olha o senhor fecha logo o contrato porque a minha AGENDA é cheia se o senhor não quiser tem muitas outras igrejas que querem; aliás, eu não tenho nem muito interesse em ir ai, mas, como é para o senhor ou vou neste preço; o pastor da uma pensada em trinta segundos e responde NEGÓCIO fechado.
         Tudo isso não soa muito estranho pra você? Mesmo considerando as palavras de Jesus ao comissionar seus primeiros pregadores itinerantes?: “e, indo, pregai, dizendo: É chegado o Reino dos céus. Curai os enfermos, limpai os leprosos, ressuscitai os mortos, expulsai os dmônios; de graça recebestes, de graça dai.” (Mt 10:8).
         Com embasamento em pesquisa realizada pelo Pr. Joanyr França, podemos cotar os valores do atual mercado da “PREGAÇÃO GOSPEL”:

A – 150.000,00 (pregadores importados dos Estados Unidos que pregam sobre a teologia da prosperidade)

B – 80.000,00 (pregadores vindo da Europa são mais baratos porque segundo eles o cristianismo na Europa esta em baixa)

C – Brasil: Brasil é o celeiro dos PREGADORES GOSPEL onde eles chegam a faturar livre 80.000,00 mensal. Mas os preços não são fixos, existe uma variação; mas o mínimo fixado por eles é 3.000,00 por mensagem; os valores variam porque os PREGADORES GOSPEL estão divididos em TRÊS CATEGORIAS:

1- Pregadores ASTROS: São os de primeira classe, os famosos que exigem ALTOS CACHÊS, só hospedam em hotel CINCO ESTRELAS, não pregam em igrejas pequenas e para grupos pequenos. Cobram de 10.000,00 a 50.000,00 por mensagem.

2-  Pregadores ESTRELAS: É uma classe de pregador que não divergem muito dos astros, a divergência é apenas em relação aos valores cobrados que variam de 5.000,00 a 25.000,00 por mensagem. 

3- Pregadores ASPIRANTES: São aspirantes ao posto de estrela e astro, estão no mesmo caminho deles, e como ainda não chegou ao degrau superior, têm as mesmas exigências das outras duas classes, porém, cobram mais barato, algo em torno de 3.000,00 a 15.000,00 por mensagem (texto do Pr. Joanyr França).
         A piedade não é causa de ganho (I Tm 6:5-6).

         Na verdade, o dano desses pregadores mercenários não seria tão nocivo somente pelo aspecto financeiro ou por sua motivação impura, pois consolado acerca desses homens, o apóstolo Paulo escreve: “Verdade é que alguns também pregam a Cristo por inveja e porfia, mas outros de boa mente; uns por amor, sabendo que fui posto para defesa do evangelho; mas outros, na verdade, anunciam a Cristo por contenção, não puramente, julgando acrescentar aflição às minhas prisões. Mas que importa? Contanto que Cristo seja anunciado de toda a maneira, ou com fingimento, ou em verdade, nisto me regozijo e me regozijarei ainda.” (Fl 1:15-18). Note que Paulo se conforma com os falsos pregadores enquanto sua mensagem é verdadeira, mas outro problema tem ocorrido entre esses pregadores “caros”, a propagação de heresias e formação de uma mentalidade espiritual popular fraca. Vejamos pelo menos cinco problemas na mensagem para identificarmos esses pregadores duvidosos:
1-    O excesso de conjecturas mal elaboradas e mal explicadas.
No afã de tornar o sermão mais atraente e empolgante, esses pregadores se utilizam de certas conjecturas que são feitas sem nenhum critério doutrinário, ou seja, narra-se uma história bíblica acrescentando informações inexistentes como se fossem fatos, assim, a conjectura já não é mais uma saudável ferramenta hermenêutica e homilética, e sim um elemento herético.

2-    Conteúdo antropocêntrico, marcado pelo desprezo à glória de Deus.
A mensagem do itinerante não pode ser outra senão Cristo e este crucificado (I Co 2:2). O ego humano e não a alma perdida parece ser o alvo dessa safra de pregadores modernos. Não se prega o que é certo para o homem, mas o que dá certo para ele; fórmulas mágicas de felicidade e crescimento apresentadas num tom de terapia motivacional. Não fala em arrependimento, renúncia, santificação, senão em “três passos para ter sucesso”; “sete chaves para ser influente”; “cinco dicas para crescer” e blá, blá, blá... O homem está no centro dessa mensagem odiosa e vil, e não o Cristo crucificado e glorificado.

3-    Uma ênfase triunfalista sem critérios e parâmetros para uma vida de triunfo.
São apresentadas maravilhosas promessas de vitória, tudo a custo de nada. As únicas bençãos que já nos foram providenciadas através da redenção, são as de cunho espiritual (Ef 1:3), as demais dádivas divinas chegam a nós condicionalmente (Jo 15:7). E mesmo algumas bênçãos espirituais advindas da redenção, operam de forma condicional (I Jo 1:7). Não se pode vociferar o “você vai ter!”; “você vai receber!”; “vai acontecer na sua vida!”, sem antes expressarmos as condições bíblicas para a aquisição da vitória.

4-    Espírito grosseiramente insubordinado que cria nas massas uma mentalidade infiel às lideranças constituídas por Deus.
Alguns desses pregadores não têm um referencial de liderança, não estão “cobertos”, ou seja, não estão sob a autoridade espiritual de ninguém; são meros andarilhos, pregoeiros errantes que não têm compromisso com a Igreja de Cristo, pois se o tivessem, teriam também com os líderes constituídos da Igreja. Em suas mensagens, tentam astuciosamente infundir esse espírito insubordinado no povo, formando gerações de crentes rebeldes. Eles aproveitam eventos isolados em que há pessoas de diversas igrejas, para maldizer seus respectivos pastores, colocando dúvidas no coração das pessoas quanto aos seus líderes: “Aquele seu pastor frio!”; “Esse pastor que não enxerga sua chamada!”, e coisas assim. Isso é perigoso! Fuja dessas insinuações malévolas!

5-    Superficialidade escriturística e ausência de conteúdo doutrinário.
Esses pregadores se dedicaram a decorar de maneira espantosa versículos bíblicos, porém, não há um senso de cadeia temática, eles simplesmente disparam textos bíblicos de maneira desconexa e jactante, porém, o conhecimento contextual acerca dos mesmos é superficial, alem de não estarem instruídos na ortodoxia da doutrina bíblica.
         É bem verdade que as pessoas não querem ouvir um sermão meramente homilético e recheado de textos bem organizados, é preciso ter A PALAVRA DE DEUS, ou seja, aquilo que Deus tem a dizer às pessoas. Mas esta Palavra não pode estar desvinculada de um parâmetro doutrinário apostólico.
     
         Precisamos poupar as ofertas do povo de Deus para aplicá-las em causas realmente justas e pregadores realmente ungidos e comprometidos. O pastor não pode de maneira generalizada atribuir esse disparate mercantilista a todos os pregadores itinerantes do evangelho. Na verdade, alguns pastores vetam o ministério de evangelistas em suas igrejas por não entenderem o perfil completamente singular desse tipo de ministro de Deus. O ministro e historiador pentecostal de avivamentos Roberts Liardon, em seu livro Os Generais de Deus comenta: “De modo geral, os evangelistas avivalistas são rápidos, extravagantes, dramáticos e têm a energia de um touro. Se o pastor entende o chamado do evangelista, os dois podem trabalhar muito bem juntos; entretanto, se o ministro tentar controlar o evangelista, para este se encaixe dentro das necessidades da igreja local, aí vai haver problemas.” (pag. 350) No mesmo livro (pag. 347), descrevendo o estilo de um grande evangelista da década de 40, Liardon narra: “Era um pregador típico da religião ‘à moda antiga’, com os mesmos costumes de bater o pé, dar gritos, chorar, soltar exclamações de ‘glória a Deus!’, falar em línguas bem alto e até dançar no púlpito, de modo extravagante.

         Voltemos à questão tão polêmica. Já que este comércio de pregadores não é aceitável a Deus e à sua justiça, então como deve ser o SUSTENTO DO EVANGELISTA?

O EQUILÍBRIO BÍBLICO PARA O SUSTENTO DO EVANGELISTA

         É fato observar que na mentalidade de certos pastores também avarentos, a igreja local não tem nenhuma responsabilidade para com o evangelista convidado, senão a gasolina e uma “esmola sagrada”. Além de avareza, esse tipo de atitude revela o espírito egoísta desse pastor, que, tendo já tirado o que é seu de direito do altar dos santos (I Co 9:13), não se importa com seu colega de ministério, e se gaba de ser mais abnegado por estar de contínuo junto ao altar. Que tremenda estupidez! Como ministro atuante tanto no ministério fixo (pastor) quanto no itinerante (evangelista), sei muito bem que ambos os ministérios são marcados por intenso labor e dedicação do obreiro da ceara.
         No mesmo contexto em que Paulo fala acerca do sustento financeiro dos obreiros fixos, ele também faz menção às palavras do próprio Jesus acerca do abnegado evangelista itinerante dizendo: “Assim ordenou também o Senhor aos que anunciam o evangelho, que vivam do evangelho.” (I Co 9:14).
         Num dos clássicos da literatura pentecostal chamado O Pastor Pentecostal, um dos autores, o renomado pastor Glen D. Cole, escrevendo sobre A REMUNERAÇÃO DO EVANGELISTA, enumerou três aspectos concernentes a uma conferência ou cruzada evangelística com essas palavras:

1-    Despesas de viagem. O evangelista será grandemente beneficiado se, antes da cruzada, medidas forem tomadas para pagamento das despesas de viagem. Por exemplo, se o evangelista vai de avião à cidade da cruzada, a passagem deve ser comprada com bastante antecedência ao menor preço possível. O evangelista deve se sentir à vontade para informar esse custo à igreja, a qual deve reembolsá-lo tão logo o saiba. Despesas com alimentação e com aluguel de carro também são reembolsáveis. Essas sempre serão responsabilidades de quem convida, e não do convidado. O pastor abençoa o ministério do evangelista quando esses assuntos são manejados com previsão e amoroso cuidado.

2-    Hospedagem. O evangelista (inclusive esposa e/ou família) precisa de acomodações tão cômodas quanto possíveis para realizar um ministério eficaz. É essencial que disponha de lugar apropriado onde possa ficar a sós com Deus para preparar coração e mente para pregar. Alimentação adequada é outra consideração ligada à hospedagem. Necessidades específicas do evangelista devem ser informadas com antecedência para que tudo lhe seja providenciado. O evangelista faz um investimento de tempo, família e talento, objetivando ajudar o pastor a alcançar sua comunidade para Cristo. Que o investimento da igreja local, feito no período em que o evangelista convidado está na cidade, seja considerado e levado a efeito de maneira cristã.

3-    Honorários. Qual a política da igreja local no que respeita às ofertas para o evangelista? Tal procedimento deve ser claramente acertado antes da realização da cruzada. Na minha opinião, deve ser dada oportunidade para que a congregação afortune o evangelista com ofertas, da mesma maneira que a igreja é abençoada pelo ministério do evangelista. A congregação nunca deve ser impedida de, generosamente, dar ofertas a ministros talentosos que agraciam o púlpito de nossas igrejas. Esses servos de Deus não podem fazer campanhas nas 52 semanas do ano. Sua renda deve ser suficiente para cobrir os períodos em que não há rendimento financeiro. A hora de se ofertar é a hora de se lembrar dessas palavras: “Mais bem-aventurada coisa é dar do que receber” (At 20:35).

         Este princípio de abençoar financeiramente aqueles que nos são portadores da Mensagem Divina é bíblico e doutrinário, moral e ético.

E o que é instruído na palavra reparta de todos os seus bens com aquele que o instrui” (Gl 6:6).

         Cristãos que somos nossa cultura é judaico-cristã, e no cerne da cultura judaica primitiva e hodierna, está esta nobre veneração por homens a quem Deus agraciou com sua Palavra, Rabinos, Sacerdotes, Profetas.
         Além dos honorários legais instituídos por Deus para os levitas, os filhos de Israel entendiam que não era razoável se apresentar perante um homem de Deus sem uma dádiva, como vemos na narrativa de Samuel:

...Eis que há nesta cidade um homem de Deus, e homem honrado é; tudo quanto diz sucede assim infalivelmente; vamo-nos agora lá; porventura, nos mostrará o caminho que devemos seguir. Então, Saul disse ao seu moço: Eis, porém, se lá formos, que levaremos, então, àquele homem? Porque o pão de nossos alforjes se acabou, e presente nenhum temos que levar ao homem de Deus; que temos? E o moço tornou a responder a Saul e disse: Eis que ainda se acha em minha mão um quarto de um siclo de prata, o qual darei ao homem de Deus, para que nos mostre o caminho.” (I Sm 9:6-8)

         Perceba a importância de se ofertar e honrar a homens de Deus.
         A mulher sunamita não se reservou em construir uma “suite” para o profeta Eliseu e seu assistente (II Rs 4:8-11). Da mesma sorte, a pobre viúva de Sarepta não hesitou em dar sua última provisão ao homem de Deus o profeta Elias (I Rs 17:8-16).

         Indubitavelmente, Jesus é o nosso exemplar perfeito de pastor e pregador itinerante em tempo integral, e ao contrário do que muitos possam imaginar, o ministério de Jesus não era suprido “sobrenaturalmente”, Jesus não multiplicava pães e peixes o tempo todo, tão pouco multiplicava dinheiro. A estrutura do ministério de Jesus carecia de recursos especiais, pois seu “staff” era composto de doze obreiros que também trabalhavam na pregação do evangelho continuamente. De onde vinha o sustento para Jesus e sua equipe evangelística? A resposta é: das ofertas voluntárias dos fieis discípulos que eram abençoados pelo inigualável ministério do Messias revelado. Dentre esses discípulos que foram tocados pela unção desse ministério, estão as mulheres, isso mesmo. Vejamos:

E aconteceu, depois disso, que andava de cidade em cidade e de aldeia em aldeia, pregando e anunciando o evangelho do Reino de Deus; e os onze iam com ele, e também algumas mulheres que haviam sido curadas de espíritos malignos e de enfermidades: Maria, chamada Madalena, da qual saíram sete demônios; e Joana, mulher de Cuza, procurador de Herodes, e Suzana, e muitas outras que o serviam com suas fazendas.” (Lc 8:1-3)

         Essa é a antiga máxima do sábio legalismo judaico oriundo da mente de Deus: “Não atarás a boca ao boi, quando trilha.” (Dt 25:4; I Tm 5:18). Em outras palavras: Não sonegue ao trabalhador da ceara o direito de comer do trigo que colhe.
         Gostaria de recordar ao leitor que o genuíno e vocacionado pregador do evangelho, não deixou de trabalhar para pregar, e sim passou a trabalhar na pregação. Por isso, ele é um trabalhador tão digno de ser remunerado quanto o trabalhador secular. “...Digno é o operário do seu alimento.” (Mt 10:10; I Co 9:14; I Tm 5:17-18). Deus em Cristo o ilumine.
 

REDEFININDO O MINISTÉRIO ITINERANTE




         Depois do advento do polêmico e extravagante evangelista norte-americano Billy Sunday, surgiu um novo conceito acerca do ministério do Evangelista. Sunday foi pioneiro no ministério profissional de mega cruzadas que reuniam pastores e igrejas em mobilizações em que se utilizavam os modernos recursos midiáticos e elevados investimentos financeiros. Somando as altíssimas ofertas, o glamour que marcava suas cruzadas, e sua influência carismática sobre as massas, Billy Sunday se tornou um verdadeiro “astro” do evangelicalismo.
         Temos visto em nossos dias uma explosão de pregadores itinerantes, jovens fervorosos encantados com a perspectiva das multidões e da fama. E a bem da verdade, está intrínseco na própria natureza do homem este desejo por afirmação e reconhecimento, portanto, o “sonho dourado” de jovens pregadores itinerantes não deve ser frustrado por uma piedade descontextualizada e intolerante, porém, devemos sim, encontrar um modelo bíblico deste ministério de apoio à Igreja local.
         Comece indagando o seguinte: Este atual ministério itinerante como conhecemos hoje, está de acordo com a instituição e a prática dos ministérios cristãos? Que tipo de benefício efetivo o atual ministério itinerante tem promovido para o Corpo de Cristo?
         Na história da comunidade cristã dos primeiros três séculos, três classes de ministros empreendiam viagens itinerantes como pregadores oficiais da Igreja Cristã, eram eles: apóstolos, profetas e evangelistas; pastores e mestres tinham um caráter mais local, ou seja, supriam a Igreja com sua presença constante.
         Os apóstolos eram ministros pioneiros, que além estabelecerem igrejas por toda parte, edificavam-nas com seu modelo doutrinário herdado dos doze primeiros apóstolos; eram grandemente reverenciados pelos cristãos e normalmente atuavam nos demais ministérios.
         Os profetas, tal qual no Antigo Testamento, não eram ministros “do templo”, mas exortadores itinerantes que encorajavam a Igreja em momentos de desalento, além de predizerem acontecimentos sociais, políticos e religiosos.
         Este é um momento muito especial para a Igreja de Jesus Cristo. O Espírito de Deus tem restaurado a vigência dos cinco ministérios bíblicos em nossa época, especialmente o apostólico e o profético. Genuínos apóstolos têm estabelecido e alicerçado a Igreja do Senhor trazendo outra vez a harmonia da Doutrina Apostólica. E os profetas cristãos da atualidade têm contribuído para um despertar da Igreja, com suas mensagens contundentes e cheias de autoridade espiritual. Mas é outro ministério que se caracteriza pelo seu caráter intrinsecamente itinerante, o Evangelista.
         Pode-se conceber nessa dispensação um apóstolo que se fixe em uma igreja local (Sede) após ter estabelecido algumas igrejas, também não é raro vermos pastores locais atuando como profetas para sua própria congregação; porém, não é imaginável, nem nos primórdios do cristianismo, e nem na atualidade, um evangelista com ministério geograficamente fixo. O Evangelista é o genuíno pregador itinerante, e o genuíno pregador itinerante deve ser um Evangelista.
         Surge a questão: Os pregadores itinerantes da atualidade têm desenvolvido que tipo de ministério? Indago isto, pois nos parece que alguns dessa geração de itinerantes, “criaram” uma espécie de modelo alternativo de obreiro, que não parece apostólico, profético, e muito menos evangelístico. E esta discrepância diz respeito à PROPÓSITO, MENTALIDADE e MENSAGEM. Mas é a mensagem que revela com clareza o propósito e a mentalidade do pregador. A pregação de um Evangelista deve refletir um propósito sincero de expandir com altruísmo o Reino de Deus, cooperando com pastores e igrejas através de seus dons e carisma; sua pregação deve refletir também uma mentalidade madura em relação ao Reino e a Igreja de Deus.
         Ao avaliar o ministério de um pregador itinerante por sua mensagem, podemos considerar os seguintes critérios: (1) Uma mensagem entusiasta oriunda de um coração inflamado pelo Espírito Santo e pela compaixão pelas almas; (2) Uma mensagem bíblica e marcada pela consciência e concisão doutrinária; (3) Uma mensagem marcada por uma forte convicção do pecado por parte da audiência; (4) Uma mensagem agraciada pela manifestação de dons espirituais; e (5) Uma mensagem cristocêntrica (Cristo no centro) e que aponte para a obra redentora do calvário. Isto é um típico pregador itinerante nos moldes bíblicos.
         Não perca as próximas postagens sobre Evangelismo e o Ministério do Evangelista. Deus em Cristo o abençoe.   

O PROPÓSITO ORIGINAL DO REINO DE DEUS




Por séculos o supremo propósito de Deus tem sido subjugado pelos empreendimentos alternativos da Igreja. A Igreja, destituída da plenitude do ministério profético se privou de uma visão ampla da revelação redentora de Jesus Cristo. Este eterno e grandioso propósito divino é a vinda de seu Reino à Terra, em sua totalidade e glória visível. A institucionalização da Igreja a ostentou acima deste imensurável propósito, assim, a Igreja assumiu proporções maiores do que o próprio Reino de Deus na mentalidade e no ideal da cristandade. Mas agora, a revelação deste supremo propósito está sendo gloriosamente dada à sua Igreja em todas as partes do globo. Em todos os ambientes encontramos cristãos do Reino compartilhando esta revelação em todos os níveis da sociedade; ainda não ocorrem grandes cruzadas e conferências de pregação do Evangelho do Reino, mas há uma difusão discreta, porém, crescente desta mensagem, que nada mais é do que a renovação da mensagem dos primeiros discípulos, e do próprio JESUS. É literalmente o cumprimento das parábolas do Reino: “E dizia: A que é semelhante o Reino de Deus, e a que o compararei? É semelhante ao grão de mostarda que um homem, tomando-o, lançou na sua horta; e cresceu e fez-se grande árvore, e em seus ramos se aninharam as aves do céu. E disse outra vez: A que compararei o Reino de Deus? É semelhante ao fermento que uma mulher, tomando-o, escondeu em três medidas de farinha, até que tudo levedou.”. Entendamos este eterno propósito divino.

A TERRA COMO EXTENSÃO DO CÉU
É na Criação original que Deus revela o supremo propósito de seu Reino. Este propósito sempre foi que a Terra criada fosse uma extensão do Céu, ou seja, Deus criou a Terra e colocou o homem aqui para trazer o governo do céu para a Terra. Este propósito não foi alterado, na Terra será estabelecido o Reino de Deus e sua vontade. “Venha o teu Reino. Seja feita a tua vontade, tanto na terra como no céu.” (Mt 6:10). O governo do céu já está sendo restaurado na terra em nossos dias, e o homem nascido de novo e recriado à imagem do Filho de Deus, Jesus Cristo, está reassumindo sua autoridade e domínio perdidos no Éden. Este estado de restauração da obra e da criação divina culminará com a Vinda em glória do Rei dos reis, o Senhor Jesus (At 3:19-21). A Terra será totalmente restaurada a uma condição de paz, igualdade e fraternidade, sob o governo piedoso e o cetro de equidade do Senhor.

A TERRA COMO COLONIA REAL DO CÉU
Um príncipe não pode se tornar rei no território de seu pai (o rei) antes de sua morte. Por exemplo: O Príncipe Charles não poderá reinar sobre a Inglaterra enquanto a Rainha Elizabeth não morrer. A única forma política de um príncipe tornar-se rei é quando o rei lhe concede um território fora do reino para governar. Por exemplo: o Príncipe Dom Pedro não podia ser rei em Portugal, pois seu pai Rei Dom João estava vivo, então, Dom concedeu ao filho uma terra conquistada para reinar, o Brasil, assim, o Brasil era uma colônia de Portugal governada por príncipe regente que reinava sobre todo o território brasileiro. Muito embora Deus seja de fato o Rei de toda a Terra, Ele nos presenteou com ela, como expressa o Salmo 115:16 diz: “Os céus são céus do Senhor; mas a terra, deu-a ele aos filhos dos homens”. Perceba: Deus nunca morrerá, e os homens jamais poderão reinar nos céus, então, Deus estabeleceu o gênero humano na Terra para serem senhores e reinar sobre ela (Gênesis 1:26-30; 2:7-9), por isso Deus é chamado O Rei dos reis e Senhor dos senhores (Apocalipse 19:16). Assim como o Reino de Deus se tornou realidade entre nós por ocasião da manifestação do Rei Jesus, nós, como Igreja, tivemos nosso governo restaurado desde então. Nós reinamos e reinaremos (Romanos 5:17; Apocalipse 5:10)

O HOMEM COMO PROMOTOR DA VONTADE DE DEUS
Não nos enganemos, porém, pois assim como Dom Pedro era representante dos interesses do reino de Portugal na Colônia brasileira, o homem deve ser representante dos interesses do Reino dos Céus na Terra. E foi aí que começou o problema: assim como Dom Pedro, às margens do Rio Ipiranga “proclamou a independência” de Portugal, Adão, às margens dos rios Pisom, Gion, Hidéquel e Eufrates proclamou a independência do Reino dos Céus com o grito silencioso diante do fruto proibido (Gênesis 3:1-7). O homem foi criado para ser a expressão personificada da vontade de Deus aqui na Terra, o supremo promotor dessa soberana vontade, assim, o afastamento do homem, de seu Criador, Deus, é uma rebelião de proporções cósmicas. A oração ensinada pelo Senhor roga: “Venha o teu Reino. Seja feita a tua vontade, tanto na terra como no céu.” (Mateus 6:10). O processo pelo qual o homem caído deve passar para voltar a compreender a vontade de Deus, é a renovação da mente, e o prefixo ‘re’ desta palavra renovação fala de tornar à origem, começar do princípio. Que princípio? O estado edênico, ou seja, a condição do homem criado no Éden antes de sua pavorosa Queda. Mas este processo de renovação somente pode ter início na mente daqueles que não se amoldam aos padrões deste atual sistema mundial que é contra tudo o que diz respeito ao Reino de Deus. “E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” (Romanos 12:2).

O HOMEM COMO REI DA COLONIA REAL
Por muitos anos os teólogos ultra-ortodoxos refutaram com veemência e até certa intemperança os professores do movimento chamado Palavra da Fé, e é bem verdade que seus ensinos possuem alguns extremos (mas quem de nós não possui extremos teológicos), porém, aquilo que soou em alguns “ouvidos apologéticos” como triunfalismo e ganhou o nome de “teologia da prosperidade”, renovou a compreensão da cristandade em aspectos cruciais da vida. Acreditamos na realidade de uma teologia do contentamento, mas não podemos mais viver aprisionados a uma “teologia da miséria”. Precisamos sempre reconhecer nosso estado antes de sermos aceitos na família real de Deus, mas precisamos também, agora como filhos, reconhecer nosso estado restaurado e renovado. “E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine...” A palavra domine do grego ‘radah’, significa “reine”; “governe”; “seja soberano”. Este estado de governo do primeiro Adão antes da Queda foi restaurado pelo último Adão na Redenção (I Coríntios 15:45; Romanos 5:12-16), e é nele, em Jesus Cristo, que nossa condição de autoridade foi restaurada, agora, em vida reinaremos por Ele; mas estas verdades devem nascer em nosso espírito recriado, e não apenas em nossa mente. “Porque, se, pela ofensa de um só, a morte reinou por esse, muito mais os que recebem a abundância da graça e do dom da justiça reinarão em vida por um só, Jesus Cristo.” (Romanos 5:17). Somos reis sim.