quarta-feira, 29 de agosto de 2012

O PROPÓSITO ORIGINAL DO REINO DE DEUS




Por séculos o supremo propósito de Deus tem sido subjugado pelos empreendimentos alternativos da Igreja. A Igreja, destituída da plenitude do ministério profético se privou de uma visão ampla da revelação redentora de Jesus Cristo. Este eterno e grandioso propósito divino é a vinda de seu Reino à Terra, em sua totalidade e glória visível. A institucionalização da Igreja a ostentou acima deste imensurável propósito, assim, a Igreja assumiu proporções maiores do que o próprio Reino de Deus na mentalidade e no ideal da cristandade. Mas agora, a revelação deste supremo propósito está sendo gloriosamente dada à sua Igreja em todas as partes do globo. Em todos os ambientes encontramos cristãos do Reino compartilhando esta revelação em todos os níveis da sociedade; ainda não ocorrem grandes cruzadas e conferências de pregação do Evangelho do Reino, mas há uma difusão discreta, porém, crescente desta mensagem, que nada mais é do que a renovação da mensagem dos primeiros discípulos, e do próprio JESUS. É literalmente o cumprimento das parábolas do Reino: “E dizia: A que é semelhante o Reino de Deus, e a que o compararei? É semelhante ao grão de mostarda que um homem, tomando-o, lançou na sua horta; e cresceu e fez-se grande árvore, e em seus ramos se aninharam as aves do céu. E disse outra vez: A que compararei o Reino de Deus? É semelhante ao fermento que uma mulher, tomando-o, escondeu em três medidas de farinha, até que tudo levedou.”. Entendamos este eterno propósito divino.

A TERRA COMO EXTENSÃO DO CÉU
É na Criação original que Deus revela o supremo propósito de seu Reino. Este propósito sempre foi que a Terra criada fosse uma extensão do Céu, ou seja, Deus criou a Terra e colocou o homem aqui para trazer o governo do céu para a Terra. Este propósito não foi alterado, na Terra será estabelecido o Reino de Deus e sua vontade. “Venha o teu Reino. Seja feita a tua vontade, tanto na terra como no céu.” (Mt 6:10). O governo do céu já está sendo restaurado na terra em nossos dias, e o homem nascido de novo e recriado à imagem do Filho de Deus, Jesus Cristo, está reassumindo sua autoridade e domínio perdidos no Éden. Este estado de restauração da obra e da criação divina culminará com a Vinda em glória do Rei dos reis, o Senhor Jesus (At 3:19-21). A Terra será totalmente restaurada a uma condição de paz, igualdade e fraternidade, sob o governo piedoso e o cetro de equidade do Senhor.

A TERRA COMO COLONIA REAL DO CÉU
Um príncipe não pode se tornar rei no território de seu pai (o rei) antes de sua morte. Por exemplo: O Príncipe Charles não poderá reinar sobre a Inglaterra enquanto a Rainha Elizabeth não morrer. A única forma política de um príncipe tornar-se rei é quando o rei lhe concede um território fora do reino para governar. Por exemplo: o Príncipe Dom Pedro não podia ser rei em Portugal, pois seu pai Rei Dom João estava vivo, então, Dom concedeu ao filho uma terra conquistada para reinar, o Brasil, assim, o Brasil era uma colônia de Portugal governada por príncipe regente que reinava sobre todo o território brasileiro. Muito embora Deus seja de fato o Rei de toda a Terra, Ele nos presenteou com ela, como expressa o Salmo 115:16 diz: “Os céus são céus do Senhor; mas a terra, deu-a ele aos filhos dos homens”. Perceba: Deus nunca morrerá, e os homens jamais poderão reinar nos céus, então, Deus estabeleceu o gênero humano na Terra para serem senhores e reinar sobre ela (Gênesis 1:26-30; 2:7-9), por isso Deus é chamado O Rei dos reis e Senhor dos senhores (Apocalipse 19:16). Assim como o Reino de Deus se tornou realidade entre nós por ocasião da manifestação do Rei Jesus, nós, como Igreja, tivemos nosso governo restaurado desde então. Nós reinamos e reinaremos (Romanos 5:17; Apocalipse 5:10)

O HOMEM COMO PROMOTOR DA VONTADE DE DEUS
Não nos enganemos, porém, pois assim como Dom Pedro era representante dos interesses do reino de Portugal na Colônia brasileira, o homem deve ser representante dos interesses do Reino dos Céus na Terra. E foi aí que começou o problema: assim como Dom Pedro, às margens do Rio Ipiranga “proclamou a independência” de Portugal, Adão, às margens dos rios Pisom, Gion, Hidéquel e Eufrates proclamou a independência do Reino dos Céus com o grito silencioso diante do fruto proibido (Gênesis 3:1-7). O homem foi criado para ser a expressão personificada da vontade de Deus aqui na Terra, o supremo promotor dessa soberana vontade, assim, o afastamento do homem, de seu Criador, Deus, é uma rebelião de proporções cósmicas. A oração ensinada pelo Senhor roga: “Venha o teu Reino. Seja feita a tua vontade, tanto na terra como no céu.” (Mateus 6:10). O processo pelo qual o homem caído deve passar para voltar a compreender a vontade de Deus, é a renovação da mente, e o prefixo ‘re’ desta palavra renovação fala de tornar à origem, começar do princípio. Que princípio? O estado edênico, ou seja, a condição do homem criado no Éden antes de sua pavorosa Queda. Mas este processo de renovação somente pode ter início na mente daqueles que não se amoldam aos padrões deste atual sistema mundial que é contra tudo o que diz respeito ao Reino de Deus. “E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” (Romanos 12:2).

O HOMEM COMO REI DA COLONIA REAL
Por muitos anos os teólogos ultra-ortodoxos refutaram com veemência e até certa intemperança os professores do movimento chamado Palavra da Fé, e é bem verdade que seus ensinos possuem alguns extremos (mas quem de nós não possui extremos teológicos), porém, aquilo que soou em alguns “ouvidos apologéticos” como triunfalismo e ganhou o nome de “teologia da prosperidade”, renovou a compreensão da cristandade em aspectos cruciais da vida. Acreditamos na realidade de uma teologia do contentamento, mas não podemos mais viver aprisionados a uma “teologia da miséria”. Precisamos sempre reconhecer nosso estado antes de sermos aceitos na família real de Deus, mas precisamos também, agora como filhos, reconhecer nosso estado restaurado e renovado. “E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine...” A palavra domine do grego ‘radah’, significa “reine”; “governe”; “seja soberano”. Este estado de governo do primeiro Adão antes da Queda foi restaurado pelo último Adão na Redenção (I Coríntios 15:45; Romanos 5:12-16), e é nele, em Jesus Cristo, que nossa condição de autoridade foi restaurada, agora, em vida reinaremos por Ele; mas estas verdades devem nascer em nosso espírito recriado, e não apenas em nossa mente. “Porque, se, pela ofensa de um só, a morte reinou por esse, muito mais os que recebem a abundância da graça e do dom da justiça reinarão em vida por um só, Jesus Cristo.” (Romanos 5:17). Somos reis sim.

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